Vote

As eleições se aproximam e este é o momento de escolher quem serão os nossos representantes. A escolha precisa tem de ser fundamenta em propostas de governabilidade e não porque o candidato fulano de tal é meu amigo. A escolha que iremos fazer determinará aqueles que irão nos representar. Sendo assim, é essencial fazer uma opção, não dá para se abster e dizer que não tem nada com este assunto.
Nada de votos em branco e nulos e não podemos deixar de marcar a nossa presença. A abstenção, o voto em branco ou nulo, mostram que abdicamos de qualquer indignação e aceitamos o que vier. Entretanto, fiquei a refletindo nesta situação, procurando encontrar justificativas para tal atitude e apenas descobri os perigos que existem quando agimos assim.
Quando nos privamos do nosso dever cívico, estamos declarando que aceitamos toda e qualquer liderança. Dizemos que não nos importamos com o que venha acontecer, perdemos o nosso direito à indignação (Hc 1.2-4). Ficamos privados da queixa e nos conformamos com a situação e deixamos de ter voz ativa. Quem cala consente. Sendo assim, terá que aceitar tudo vier sem reclamar e é por este motivo que encontramos tantas aberrações e até as aceitamos, pois estamos abdicando de exercer os nossos direitos.
Abrir mão de exercer o dever cívico é correr o perigo da alienação, pior podemos passar a pensar que não podemos mudar mais nada e se assim for, não importa quem esteja no comando. Continuaremos fechados no nosso gueto, sem ver o que acontece à nossa volta.
Onde isto se aplica à minha vida de cristão?
É simples. Como cristão devo ser um modelo, um exemplo para a sociedade. Portanto, tenho que começar com o dever cívico. Preciso, agir como os profetas, levantar minha voz e denunciar a injustiça que impera na sociedade. Não posso ficar calado. Minha voz precisa ser ouvida, mas nunca uma voz político-partidária e sim, profética.
Devo proclamar os padrões do cristianismo e anunciar os valores do reino de Deus. Não posso me conformar com o mundo e o seu sistema. Paulo afirmou: "não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente" (Rm 12.2). Devo transformar-me e transformar o mundo.
Votar é preciso. É um dever, mas também é a maneira de manifestar o desejo de mudança. Se eu não exercer o meu direito e dever, corro o risco de perder o sabor. Quando se perde o sabor, só resta ser deitado fora (Mt 5.13). Por isto, serei interventivo. Com ousadia serei um referencial para este mundo caótico. Direi não aos valores deste mundo caótico e anunciarei os padrões e os valores do Reino de Deus.
E tu, o que farás?