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A cadeira vazia



Quando nos deparamos com a notícia do falecimento de alguém é sempre triste. Esta semana os noticiários de veicularam o falecimento de Kelly Preston, aos 57 anos, que lutava há dois anos contra um câncer de mama. Outros veículos também noticiaram que foi encontrado o corpo da atriz e cantora Naya Rivera. Já outros editoriais, o enfoque dado está relacionado ao fato de o Brasil ter ultrapassado as 70 mil mortes em decorrência do Covid-19. O fato é que, infelizmente a morte segue ceifando vidas, mas a Escritura nos garante que a morte foi vencida.


Quando a morte chega, não apenas leva pessoas que amamos, ela deixa-nos um vazio na alma e no espaço físico, quando nos deparamos com essa ausência. Em Dezembro de 2000, foi noticiada a morte de um jornalista e naquela noite, o telejornal quando chegou seu fim, mostrou uma cadeira vazia. É a presença ausente e ela se faz sentir muito mais do que imaginamos. O compositor e jornalista Sérgio Bittencourt escreveu uma canção em homenagem ao seu pai e há um trecho da música que diz:


“Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala do seu bandolim”


Uma mesa vazia, sem os amigos, sem a presença de seu pai. No mesmo sentindo, o compositor Jónatas Pires também fala de seu pai e em uma canção diz o seguinte:


“Cada passo para cova
É de amarga harmonia
Entre tudo o que deixaste
Há uma cadeira vazia”


Cadeiras vazias e lágrimas vertidas por aqueles que já não estão. Contudo, fiquei pensando nas cadeiras vazias que existem nas igrejas e entre as famílias por causa de intrigas e feridas abertas e que não foram tratadas e onde as pessoas simplesmente já não estão. Esses lugares podem ser preenchidos por outras pessoas, mas eles sempre falarão da ruptura, da ferida aberta. O que fazer para que não tenhamos cadeiras vazias em vida?


Não teremos cadeiras vazias quando aprendermos a perdoar. Quando formos agentes da reconciliação e procurarmos fazer com que as pessoas tenham o mesmo sentimento (Fp 4.2). Não podemos permitir que o mal prolifere e muito menos deixar os problemas para baixo do tapete. É fundamental tratar o problema e buscar a reconciliação sabendo que essa só é possível quando há verdadeiro perdão.


Não teremos cadeiras vazias quando nos respeitarmos e aceitarmos o outro como ele é, ou seja, entender que somos diferentes e sendo assim precisamos viver e conviver com a divergência. Isto é tão verdade para uma vida social, mas muito mais para uma realidade vivida dentro de uma comunidade dita religiosa. É fundamental respeitar e aceitar o outro como ele é e não como queremos que ele seja. Jesus nunca desejou autómatos.


Não haverá cadeiras vazias se aprendermos a valorizar o próximo e agirmos com “mais disponibilidade uns para com os outros e termos mais tempo para ouvir os nossos companheiros”. É necessário valorizar o ser mais do que as coisas. Como afirmou Isaltino Gomes Coelho Filho: “Ser igreja é ter um envolvimento com pessoas para amadurecimento e crescimento mútuo! As pessoas devem ser aceitas como são.”


Não haverá cadeiras vazias na família e na igreja se a razão de ser delas forem as pessoas e não os programas, as estruturas e os bens e se cada um de nós amarmos a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos. Além disso, se olharmos para fora e não para dentro de nós próprios.


Que as cadeiras vazias surjam por causa da dura realidade da morte e nunca por causa das feridas que causamos uns nos outros. Que o perdão reine em nossas relações.


#vida #ensinamentos #família #igreja

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