A crítica
O ser humano tem a capacidade de avaliar as situações em que se encontra. Ele analisa tudo à sua volta e ajuíza cada situação, ou seja, temos senso crítico e a crítica faz parte da vida.
Nós somos críticos e não devemos ficar preocupados com essa afirmação. Entretanto, precisamos aprender a criticar, pois uma crítica mal feita, descuidada, pode gerar confusão e destruir sonhos e vidas. É essencial percebermos essa realidade para que possamos desenvolver a boa crítica e também para que possamos nos relacionar de maneira cordial.
Cresci ouvindo que: “uma pessoa pode continuar a ser tua amiga, mesmo quando tu lhe mostras as falhas, mas também poderá se tornar tua inimiga, a depender do modo como falas.” Isto é a mais pura verdade e é por isso que precisamos ter cuidado com os comentários que fazemos. Não basta apontar defeitos, é fundamental orientar como corrigi-los. Também é essencial ressaltar as qualidades e falar sem agredir ou ferir.
Eis uma pergunta que devemos ponderar e responder: Como criticar?
A primeira coisa que devemos aprender sobre como criticar é preciso ter sempre a devida cautela. Portanto, seja “duro com os processos e suave com as pessoas”. Valorize as pessoas e dedique a elas a importância que merecem merecem. Um bom exemplo desse aspecto dá-se no encontro de Jetro com Moisés. Jetro era sogro de Moisés e foi ao seu encontro, quando passou o dia a observá-lo. Jetro, então, chega a Moisés e diz: “Não é bom o que fazes. Sem dúvida desfalecerás, tanto tu como este povo que está contigo.” (Êx 18.17-18a). Perceba que Jetro mostra a Moisés o seu erro e, depois diz a ele o que deveria ser feito. Moisés o ouviu atentamente, porquê? Houve cautela e uma comunicação saudável. Houve análise de todos os aspectos, tanto positivos como negativos e depois apresentou-se a solução. Quando lemos a história, vemos um homem mostrando o que fazer e como fazer para ser bem-sucedido, depois de avaliar os fatos. Que amigo! Que sogro formidável!
Como é que nós criticamos? Será que apenas nos focamos nos aspectos negativos e no que está errado? Estamos confundindo o processo com as pessoas e por isso as ferimos? É mister que sejamos criteriosos e analisemos bem os fatos, antes de criticar alguém. Precisamos ter serenidade para que não haja desarmonia em nosso meio. O apóstolo Paulo afirma: “Afastai de vós a dureza, irritação, cólera, gritaria, blasfêmia e toda malícia.” (Ef 4.31). É isso que estamos fazendo?
O objetivo da crítica é que ela gere bons resultados, que traga mudanças positivas. Portando, para que as nossas críticas sejam proveitosas, é mister que falemos “somente palavras boas, oportunas e edificantes para fazer bem aos ouvintes.” Nossas palavras devem produzir sabor agradável, precisam ser temperadas com sal (Cl 4.6), que promovam o desejo de seguir adiante.
Lembre-se: Criticar é ato de sabedoria. É examinar bem os fatos, considerando cada detalhe, cada aspecto, valorizando o assunto e depois ressignificá-lo, mostrando os pontos negativos e exaltando os positivos para que a mudança possa acontecer.
Critique muito, mas critique com cautela. Mesmo que suas críticas sejam negativas, seja suave com as pessoas. Busque sempre o lado positivo e exalte os acertos, mas acima de tudo, quando estiver fazendo uma crítica, faça-a se a tivesse a ouvir, pois a Escritura diz: “tudo quanto, pois, quereis que vos façam, assim fazei-o também” (Mt 7.12).