A Culpa é Minha
" Respondeu-lhes: Tomai-me e lançai-me ao mar, e o mar se aquietará, porque eu sei que, por minha causa, vos sobreveio esta grande tempestade." Jonas 1.12

Hoje parei para ler o livro de Jonas. É um livro da Bíblia que gosto muito. Contudo, hoje fiquei completamente absorvido na leitura. Fiquei impressionado com a maneira que Jonas lida com as situações da vida. Posso até não concordar com ele em determinadas situações, mas reconheço que o homem era demais.
Jonas é o paradigma do que nós somos. Ele não segue os padrões atuais. Ele não é um conformado. Ele não atira a culpa para os outros. Ele assume o que faz. É alguém determinado. Não queria ir à Ninive e por isso, pegou um barco para dirigir-se à Tarsis. Não ficou com desculpas. Quando veio a tempestade e perguntaram o que estava a acontecer ele assumiu à sua culpa. Quando deparei-me com esta realidade aprendi o seguinte:
Não podemos ficar vitimizando-nos. Jonas não quis que ninguém ficasse com pena dele. Ele não procurou arrumar um meio para dizer que outro era culpado e muito menos buscou desculpas para o fato de estar naquele barco e não no caminho em que deveria estar. Ele não pediu para que ninguém ficasse com pena dele. Não ficou a se lamuriar e a queixar-se. Ele assumiu a sua responsabilidade. A culpa é minha e ponto final. É muito triste ver que em pleno século 21, nós ficamos nos vitimizando diante das nossas falhas. Queremos que todos tenham pena de nós. Não gostamos de assumir nossos fracassos. Não queremos dizer para nós mesmos que erramos e que muitas vezes a tragédia que existe à nossa volta é por nossa culpa.
Não podemos ficar a diabolizar tudo. Jonas olhou para situação e não disse que caiu, que cedeu à uma tentação. Não disse que o diabo lhe armou uma cilada. Ele foi direto, claro e autêntico. A culpa é minha. Eu caí. Fui eu quem decidiu não fazer o que era certo. Foi minha vontade. Eu comprei o bilhete e vim para este barco e decidi seguir viagem até Társis. O homem é demais. Se fosse hoje o mais certo era ouvirmos que foi uma tentação. Foi o diabo quem montou uma armadilha e por isso aconteceu a queda. Foi um momento de fraqueza, mas é preciso entender que somos fracos e a tentação é muito forte. Não! Jonas diz que é fundamental assumirmos nossa responsabilidade. A culpa é minha e não posso nem atirá-la ao diabo.
Não podemos ficar culpabilizando Deus. Jonas tinha recebido uma ordem de Deus. Ele não gostou do que ouviu. Pediu demissão e foi embora. Contudo, Deus foi buscá-lo. Quando o problema aconteceu, ele viu tudo o que estava a acontecendo e disse que era por sua causa. Deus não é o culpado. Deus não o abandonou. Pelo contrário, aquela tempestade servia para mostrar o quanto Deus o tinha em conta. Ele disse que a culpa era sua e a solução era ser lançado ao mar. Ele tinha ir para o meio da tempestade. Ele não fugiu mais. Aceitou cair nas mãos de Deus.
Jonas é alguém que não aceita os padrões estabelecidos. Ele quebra os paradigmas. Assume a responsabilidade e a sua culpa. Assim também, nós não podemos ficar culpando Deus pelos nossos erros. Não podemos achar que as tempestades são porque Deus nos virou às costas, mas sim que até nas tempestades Ele está nos chamando para junto de Si.
Hoje vi que a melhor maneira de vencer as tempestades da vida não é a fugir delas. É enfrentando-as. Não posso ficar a me desculpando e a vitimizando-me pelo que está a acontecer. Tenho que assumir minhas falhas, reconhecer meus erros e não jogar tudo sobre o diabo. Não posso ficar culpar Deus pelas tempestades da vida. É fundamental que eu reconheça que a culpa é minha. E tu, tens reconhecido à tua culpa?
Vamos orar:
Senhor, ajuda-me a cada dia reconhecer meus erros. Dá-me a capacidade para ver que todas às vezes que fujo, ponho a vida dos que estão à minha volta em risco. Concede-me discernimento para ver qual é a minha falha para que eu possa reconhecê-la e assim confessá-la diante de ti. Pai que eu possa lançar-me à tempestade na certeza que é enfrentando os dilemas que poderei experimentar o teu agir e a tua salvação. Que de hoje em diante, eu não possa mais ficar a justificar-me. Que de hoje em diante eu assuma a minha culpa. Esta é a minha oração em nome de Jesus.