top of page
Buscar

A festa



Festa é motivo de alegria e é preciso celebrar, mas é fundamental saber o que se festeja, pois não podemos comemorar e celebrar o que não tem sentido e significado para nós. Quando olhamos para as Escrituras, percebemos que o povo de Israel preservava as suas festas. E essas celebrações eram solenes e passadas de geração em geração. A Páscoa, por exemplo é uma dessas festas, mas como escreveu Tomáš Halík: “A história da Páscoa pode ser lida de duas maneiras bastante diferentes. Quer como um drama em dois atos: no primeiro ato, um homem inocente e justo é condenado à morte e executado, e depois, no segundo ato, é ressuscitado e aceito por Deus. Ou como um drama num só ato, em que ambas as versões da história têm lugar ao mesmo tempo”. É interessante vermos como foi que o Senhor Jesus celebrou a sua última Páscoa. O evangelho de Marcos narra da seguinte forma: “No primeiro dia da Festa dos Pães sem Fermento, quando o cordeiro pascal era sacrificado, os discípulos de Jesus lhe perguntaram: “Onde quer que lhe preparemos a refeição da Páscoa?”. Então Jesus enviou dois deles a Jerusalém, com as seguintes instruções: “Ao entrarem na cidade, um homem carregando uma vasilha de água virá ao seu encontro. Sigam-no. Digam ao dono da casa em que ele entrar: ‘O Mestre pergunta: Onde fica o aposento no qual comerei a refeição da Páscoa com meus discípulos?’. Ele os levará a uma sala grande no andar superior, que já estará arrumada. Preparem ali a refeição”. Então os dois discípulos foram à cidade e encontraram tudo como Jesus tinha dito, e ali prepararam a refeição da Páscoa. Ao anoitecer, Jesus chegou com os Doze. Quando estavam à mesa, comendo, Jesus disse: ‘Eu lhes digo a verdade: um de vocês que está aqui comendo comigo vai me trair”. Aflitos, eles protestaram: “Certamente não serei eu!”. Jesus respondeu: “É um dos Doze. É alguém que come comigo da mesma tigela. Pois o Filho do Homem deve morrer, como as Escrituras declararam há muito tempo. Mas que terrível será para aquele que o trair! Para esse homem seria melhor não ter nascido”. Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e o abençoou. Em seguida, partiu-o em pedaços e deu aos discípulos, dizendo: “Tomem, porque este é o meu corpo”. Então tomou o cálice de vinho e agradeceu a Deus. Depois, entregou-o aos discípulos, e todos beberam. Então Jesus disse: “Este é o meu sangue, que confirma a aliança. Ele é derramado como sacrifício por muitos. Eu lhes digo a verdade: não voltarei a beber vinho até aquele dia em que beberei um vinho novo no reino de Deus” (Mc 14.12-25). Nós celebramos a Páscoa, mas também celebramos o memorial pascal que Jesus instituiu, mas quais são as lições que esse texto nos apresenta?


O texto nos ensina que para podermos festejar e celebrar temos que preparar tudo antecipadamente. O texto é magnífico, pois são os discípulos que questionam o Senhor Jesus onde Ele deseja que eles tratem dos preparativos para a Páscoa. O Senhor explicou-lhes e enviou dois discípulos para que preparassem tudo e eles foram e assim o fizeram.


Para que a festa se realize é fundamental ter tudo preparado e o Senhor enviou dois discípulos que foram para cidade e prepararam tudo para quando o Mestre chegasse.


O texto também nos ensina que verdadeira celebração acontece quando fazemos tudo de acordo com as orientações de Cristo. A caminhada cristã se faz em obediência, dando ouvido ao que o Senhor determinou. Quando fazemos a leitura dessa narrativa, percebemos que os discípulos obedecem à voz do Senhor e o homem que eles encontram, também obedece ao que lhe é dito, pois foi uma determinação do Senhor Jesus. Sendo assim, a verdadeira celebração é fruto da obediência.


Outro ensinamento que o texto nos apresenta é que a celebração deve ser ressignificada. O Senhor Jesus estava celebrando a Páscoa e é nela que Ele se apresenta como o Cordeiro pascal e dá um novo significado à celebração. A nossa fé é uma fé pascal. Entretanto, como afirma Tomáš Halík: “Quando confessamos a fé pascal, em cujo centro está o paradoxo da vitória mediante uma derrota absurda, porque é que temos tanto medo das nossas próprias derrotas – incluindo as demonstráveis debilidades do Cristianismo no mundo de hoje? Não estará Deus a falar-nos através dessas realidades, tal como falou quando estava a viver os acontecimentos que comemoramos quando lemos a história da Páscoa?” Celebrar esse ato é refletir sobre quem é Jesus e o que Ele fez por nós e qual o significado de sua morte e ressurreição.


Por último, o texto diz que a celebração é fundamentada na esperança. O Senhor Jesus não fica preso naquele momento, mas olha pra frente e vê não apenas o seu sofrimento. O texto diz que o Senhor irá celebrar essa festa conosco, na manifestação escatológica final, quando todos aqueles que O aceitaram estarão vivos em sua presença, pois a morte não tem a última palavra.


A festa é a celebração de Cristo, o Cordeiro pascal, aquele que nos liberta da escravidão e nos conduz para vida, mas a verdadeira vida que se estende por toda a eternidade. A questão que fica é: Estás preparado para celebrar com Jesus Cristo?


83 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page