A História de Rachel

Esse é o título de um filme documental, que narra a história da jovem Rachel Jayne Whitear. O filme Rachel’s Story (A história de Rachel), foi mostrado nas escolas secundárias da Inglaterra no ano de 2002. Rachel faleceu de overdose e seus pais permitiram que as fotos dela fossem utilizadas em campanhas antidrogas, tendo como objetivo “fazer as pessoas pensarem” e contestar os estereótipos acerca dos toxicodependentes.
Rachel foi uma menina super inteligente, bonita que em sua vida escolar sempre teve boa notas. Ela tocava piano e em sua candidatura para um curso superior, foi aceita em cinco universidades. Chegou a cursar psicologia e sociologia e quando olhamos para a vida dessa jovem, dizemos que era tudo que os pais desejam. Contudo, aos 18 anos, quando teve um envolvimento amoroso, Rachel descobriu o mundo das drogas, envolveu-se com heroína e morreu aos 21 anos, e somente foi encontrada morta três dias do seu óbito, no ano de 2000.
Sim, a história de Rachel é triste. É uma história real, um drama que mostra-nos que a tragédia pode atingir qualquer pessoa e família. Rachel envolveu-se com drogas e a droga mata, mas antes de matar, causa muito sofrimento, destrói famílias e faz com que haja o aumento da delinquência, tanto juvenil como adulta.
Já estive envolvido na recuperação de toxicodependentes. Vi pais investirem tudo e fazerem tudo o que podiam para salvarem e recuperarem seus filhos. Pais que não se cansavam de buscar centros de recuperação, mas também vi pais que deixaram de ter qualquer relação com os filhos, mas ao saberem que os filhos tiveram uma oportunidade de se recuperarem, exultaram de alegria e reataram as relações. Os pais sofrem pelos descaminhos dos filhos e a verdade é que sempre haverá pais a derramarem lágrimas por causa dos filhos.
Certa vez conversava com um saudoso amigo e pastor e em nosso diálogo, elogiei os seus filhos. Ele no seu jeitão muito especial, olhou para mim e disse-me: “Já chorei muito por eles”. Passado algum tempo, ele que era um escritor e pregador por excelência escreveu uma pastoral com o seguinte tema: “Chora melhor quem chora primeiro” e ele dizia que os pais devem chorar por seus filhos no presente. Precisam clamar a Deus por eles, para que no futuro tenham alegrias. O fato é que, a família deve estar em primeiro lugar em nossa vida. Como disse Kanitz: “Colocar família em primeiro lugar tem um custo com o qual todos podem arcar. Implica menos dinheiro, fama e projeção social. Muitos de seus amigos poderão ficar ricos, mais famosos que você e um dia olhá-lo com desdém. Nessas horas, o consolo é lembrar um velho ditado que define bem por que priorizar a família vale a pena: “Nenhum sucesso na vida compensa um fracasso no lar.”
A história de Rachel pode ser a história de nossos filhos. Pode ser a história de nossa família. Não sou pessimista, mas reconheço que, se não fizermos a escolha certa, corremos o risco de lutar para proteger o filho dos outros porque os nossos já não existem mais.
As Escrituras falam de excelente homens de Deus que fracassaram como pais. Foram ausentes, não corrigiram, não estiveram presentes. Cito apenas dois deles, Davi e Samuel. As Escrituras mostram pessoas comuns como nós e nos avisam que se não tivermos cuidado, falharemos.
Eu sou apenas um pai que ama meus filhos e continua a interceder por eles, para que a história deles não seja como a Rachel. Por isso, esteja com seus filhos e dedique tempo com eles (Dt 6.4-9).