A lição do futebol

O futebol é incrível, podemos dizer que é um amor global e por isso, não há nada que se compare a ele. Não existe outro esporte que desperte tanta paixão. É por este motivo que o futebol é fantástico e não nos deixa indiferentes. Ele mexe conosco, gera polêmicas, debates, faz com que os nossos sentimentos e emoções fiquem à flor da pele.
Sim, o futebol gera alegria e tristeza. Como bom amante de futebol, tenho meu time preferido e, claro que me emociono, grito, fico revoltado, discordo de algumas decisões tomadas pelo treinador, reclamo do árbitro, mas quando marcamos e conseguimos à vitória, salto de alegria. Entretanto, quando perdemos, não dá para ser indiferente e lógico que me entristeço.
A primeira lição é: No futebol ninguém é indiferente. Na vida cristã, não dá para ser indiferente. Se declaramos que somos cristãos, que fazemos parte da igreja, ela precisa mexer conosco. Não dá para viver um cristianismos passivo, apático. Precisamos olhar para as Escrituras e promover um debate profundo, sem achismos, buscando as respostas para o momento que vivemos. A igreja precisa incomodar, até porque a igreja que não incomoda, se torna apática e sem visão. Há apenas duas opções para a igreja: Cair na graça do povo ou cair na desgraça dele, não há meio-termo.
Ser cristão, membro da igreja, implica estar completamente envolvido na sua dinâmica, na sua prática. É vivenciar seus prazeres e suas dores, as alegrias e tristezas. É também perceber o que disse Halík: “… a verdadeira Igreja de Cristo, formada por seres humanos como vós e eu, e, no meio do mundo, cheia de homens como vós e eu, será sempre, de algum modo, ferida e ela própria há de ferir.” Contudo, ela também é chamada para ser empática e solidária e se assim é, precisamos chorar com os que choram, mas também nos alegrar com os que se alegram (Rm 12.15). Somos cooperadores, caminhamos lado a lado, e, lutamos por um ideal, que é glorificar a Deus, mas o que significa isto? “Glorificar a Deus significa estar ocupado e comprometido com os seus caminhos, em vez de preocupado comigo mesmo e determinado a seguir o meu próprio caminho. É estar entusiasmado com Deus, tão dedicado a Ele, tão comprometido com Ele que não podemos ter o suficiente dele!”
Outra lição do futebol é que a pessoa é valorizada. É um esporte coletivo, onde todos são importantes e contam. O Boavista foi campeão da liga portuguesa de 2000/2001 e a revista Focus, nº 67 de 28 de Janeiro de 2001, trazia uma reportagem sobre a melhor equipe de futebol daquele momento, e, trazia uma declaração maravilhosa do treinador Jaime Pacheco: “Eles sabem que, nos momentos de necessidade, estou lá. Às vezes um abraço chega. É nessas alturas que tenho que ser o garante da estabilidade”. Que fantástico! O indivíduo em primeiro lugar. E a igreja como age?
Precisamos demonstrar interesse real uns pelos outros. Temos que ter uma palavra amiga, estender a mão e estar presente na hora da dificuldade. É fundamental estar juntos e presentes na hora certa. Somos este tipo de cristãos?