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A minha graça te basta



Estamos vivendo dias dolorosos, dias de muitas lutas e dores e é vivenciando esse momento que percebemos toda nossa fragilidade e a brevidade da vida. Apesar de muitos países já estarem vacinando, o Covid-19 continua ceifando milhares de vidas e ainda não temos certeza de quando estaremos seguros contra tal vírus.

As mortes são muitas e muitas delas foram de pessoas próximas. Vejo parentes e amigos sofrendo acometidos com o Covid-19. Vejo outros recusando-se a aceitar que estamos vivendo em uma pandemia e querem levar a vida como estivesse tudo normal. Entretanto, quero simplesmente me recolher e ter um encontro pessoal comigo mesmo, e digo para que meu ser se sente e se aquiete como Stênio Március diz em sua canção “Acordo”.


"Puxa uma cadeira, minha alma que eu quero te perguntar
Porque me roubas a calma e botas tristeza no olhar?
Vamos entrar num acordo, vida tranquila viver
Lembra daquilo que o Mestre falou
A minha graça te basta"

Nesse tempo de angústias e incertezas, vou descansar e sossegar n’Aquele que não se cansa. Olharei para o monte e irei socorrer-me na fonte d’Aquele que está muito além do monte, pois o meu socorro vem do SENHOR que fez os céus e a terra (Sl 121.1-2).

Estamos vivendo dias onde percebemos quão frágil é a vida, mesmo ela sendo tão bela. É como rosa, bela e frágil e rodeada de espinhos e necessitamos entender que iremos passar por lutas que nos ensinarão a depender não de nós próprios, mas do Autor da Vida, daquele que diz: “A minha graça te basta” (2 Co 12.9), e como é bom desfrutar desta graça que nos fortalece e nos faz ver além de nós mesmos e muito além do que os outros podem ver.

Estou angustiado, mas seguro e esta segurança é por causa d’Aquele que sossega o nosso coração. É por causa do encontro que se dá com o Criador, que não se escandaliza com as minhas queixas e tristezas. Que escuta os meus gritos de revolta e com uma brisa suave, tal qual fez com Elias, vem falando ao meu coração e a dizer-me para desencaramujar. Ela surge por causa do amor que Ele tem por mim, pois não há nada que possa fazer para que faça Ele me ame mais ou me ame menos. Simplesmente, Ele ama-me e no seu amor cuida de mim.

A angústia e a tristeza se fazem presentes, não tenho como ficar indiferente à dor alheia, preciso ser solidário e preciso dar vida a quem sofre, até porque a vida não é o que se recebe dos outros, mas o que damos aos outros. É ser bênção e quando se é, colhe-se. Como afirma Anselm Grüm: “Quando sua vida se torna uma bênção para os outros, você mesmo será presenteado por aqueles que você presenteia e receberá muita gratidão em troca.” Este é o mesmo princípio do Eterno para com Abrão (Gn 12.1-2).

A vida é uma caminhada e esta caminhada é incerta. Há momentos de êxtase, em que tudo é festa e alegria. Entretanto, chegam momentos de dores e aí enfrentamos a solidão, a angústia e atravessamos o nosso deserto. Todos nós, num momento ou outro de nossa existência experimentamos uma época de desertos, mas se estivermos atentos, com os olhos bem abertos e não fechados, ensimesmados poderemos descobrir as fontes e os lagos onde podemos beber e saciar nossa sede.

Sonhos, lutas, alegrias, tristezas. Vida plena, vida que se realiza não no que eu quero e no que desejo para mim mesmo, pois isto não é vida e si isolamento e quando nos isolamos nos matamos aos poucos e fugimos dos outros. A vida para ser vida só é possível na entrega. Ela é vida que vem do Criador e quando Ele flui em nós e através de nós, e este fluir dEle nas nossas vidas, nos torna fonte para os outros.

Aquieto-me e dialogo comigo, sobre as dores, incertezas, lutas e tristezas. Caminho pelo meu deserto existencial, mas poucos sabem que o deserto é lugar de encontro com o Criador e este encontro é restaurador. Na verdade, aquele momento que muitos chamam de crise é momento de comunhão. É momento de encontro consigo mesmo, mas acima de tudo encontro com o Criador que cuida e diz: “A minha graça te basta.


#Deus #vidaespiritual #graça

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