A promessa

Portugal, país de grande riqueza histórica e cultural, berço das grandes navegações, é um país maravilhoso, cheio de contrastes e de uma beleza sem igual. O povo português é, em sua grande maioria, religioso e, por isso, ante o grande número de peregrinações que há no país, o ato de conduzir (dirigir) nas estradas nacionais em determinados meses é muito perigoso, pois os peregrinos estão a caminho de Fátima para pagar as suas promessas. É muito fácil para quem professa uma fé diferente censurar os peregrinos, mas o difícil é seguir-lhes o exemplo de levar um compromisso assumido até o fim, mantendo a palavra e cumprindo a promessa. A Escritura mostra vários relatos de personagens bíblicos fazendo promessas a Deus e o profeta Jonas foi um deles. Foi assim que, enfrentando seus dilemas quando encontrava-se no fundo do mar que ele, mergulhado nas regiões mais abissais do seu próprio ser, reconheceu quem era o Senhor e assumiu um compromisso com Deus, dizendo: “
Eu, porém, oferecerei sacrifícios a ti com cânticos de gratidão e cumprirei todos os meus votos, pois somente do Senhor vem o livramento”. (Jn 2.9).
Quais são as lições que aprendemos com esse texto?
A primeira lição que o texto ensina é que devemos cumprir nossa promessa como ato de culto. O profeta declarou que ofereceria sacrifício com cânticos de gratidão, ou seja, cumpriria a sua promessa com culto e adoração a Deus. Portanto, Jonas nos ensina que os nossos votos e o cumprimento de nossas promessas devem desembocar numa atitude de devoção e alegria, cantando e adorando a Deus.
A segunda lição que o texto ensina é que devemos cumprir os nossos votos. Jonas afirmou que cumpriria os seus votos, não sabemos quais foram, mas ele sabia quais eram e do fundo do mar, quando ele despertou para a oração, sua memória foi ativada e ele assumiu o compromisso de cumpri-los. Notemos que ele não escamoteou e ao fazê-lo estava afirmando que não era a sua vontade que contava, mas sim a d’Aquele que o vocacionou e o chamou para desenvolver o ministério de profeta. Além disso, Jonas mostrou que tinha consciência do que deveria fazer e afirmou que iria cumprir com seus votos e o faria por saber de quem vinha o seu livramento.
Por último, o texto ensina que é preciso reconhecer que Deus é quem nos liberta. Jonas fez de tudo para fugir de Deus, desejou abandoná-lo e ao fazer isso, viu-se em fuga, preso nos seus preconceitos, foi levado para o fundo do abismo e percebeu que não foi abandonado por Deus. Ele tinha a plena consciência de que até ali o Senhor estava com ele, pois quando clamou por socorro, o Senhor foi em seu auxílio, libertando-o.
Os peregrinos, tal qual Jonas, me ensinam que é essencial cumprir os votos que assumimos. Jonas percebeu que a libertação e salvação vem do Senhor. Tu tens a consciência de que a salvação vem do Senhor?