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A tentação de Cristo



Marcos é prático e sucinto. Ele narra o batismo de Jesus e a declaração de amor do Pai e imediatamente mostra o Espírito impelindo o Mestre para o deserto para ser tentado por Satanás. O evangelista escreve: “Em seguida, o Espírito conduziu Jesus ao deserto, onde ele foi tentado por Satanás durante quarenta dias. Estava entre animais selvagens, e anjos o serviam” (Mc 1.12-13). Marcos mostra que Jesus foi para o deserto por “iniciativa de Deus. Foi o Espírito quem o impeliu para lá. Jesus estava avisado que o confronto com o diabo era necessário para que Ele pudesse ter o direito de se tornar o representante do homem e tomar o seu lugar.”


Por que Jesus foi levado para o deserto?


Jesus foi para o deserto porque é dele que vem o Messias. Ele é o Messias e deveria cumprir todas as profecias que estavam escritas ao seu respeito. Sendo assim, Ele se dirigiu ao deserto para poder sair de lá e cumprir a profecia do profeta Isaías (Is 40.3).

Jesus foi enfrentar Satanás. Ele foi para invadir o território do inimigo. Foi ali, naquele local árido e solitário que a grande batalha se travou. O Senhor foi tentado por Satanás e provado pelo Pai. Ele foi impelido pelo Espírito para travar este confronto.


Jesus foi levado ao deserto para se tornar o último Adão. É um processo de identificação. O Senhor se identificou conosco. Ele foi tentado de todas as formas e maneiras. Jesus foi tentado em tudo quanto nós somos tentados. É por este motivo que Ele pode nos conceder vitória, porque ele venceu a tentação. O autor de Hebreus afirma: “Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.” (Hb 2.18). Ele se identificou conosco para saber como pode nos socorrer. Ele suportou todo tipo de tentação por amor de nós. É isto o que nos diz o autor de Hebreus “Tendo, portanto, um grande sumo-sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou os céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo-sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb 4.14-15). O primeiro Adão foi carnal, o último espiritual (1 Co 15.45), é por este motivo que colhemos do Espírito.


Lembremos que foi no deserto que Deus mostrou-se a Moisés e revelou o seu nome e foi lá que o Senhor se manifestou ao povo de Israel. Josué conheceu o Senhor Todo-Poderoso e aprendeu a temê-lo no deserto. Foi o lugar onde David compôs muitos de seus salmos e João o Baptista manifestou o poder de Deus, anunciando a chegada do Messias. O deserto é também o lugar da tentação. A Bíblia nos apresenta dois relatos de tentação. O de Adão e o de Jesus. Bonhoeffer declara: “Ou somos tentados em Adão, ou seremos tentados em Cristo. No primeiro caso será tentado o Adão em nós, e então será a nossa queda. No segundo caso em nós é tentado Cristo, o que levará a queda o diabo.”

Vejamos o que aprendemos com esse texto:


A tentação vem sobre aquele que está em comunhão plena com o Senhor. Jesus foi impelido para o deserto com o propósito de estar em comunhão com o Pai e esteve quarenta dias em jejum e oração. Quando Jesus foi tentado ele estava em comunhão plena com o Pai. O diabo só tenta quem está em comunhão com o Pai. Jesus foi tentado e não cedeu à tentação. Ele resistiu até o fim. A tentação é o meio pelo qual o diabo procura destruir nossa comunhão com Deus. A tentação é a arma que o diabo usa para destruir a nossa comunhão com o Senhor.


A tentação é uma realidade vivencial na vida do crente. Jesus viveu uma vida sob a realidade da tentação. Compreendamos que a tentação é uma realidade existencial. Viver é ter que encarar a tentação. Somos tentados em todas as áreas das nossas vidas e isto é um fato. Viver a fé cristã é ter a certeza de que enfrentaremos as tentações da vida. Só teremos vitórias sobre as tentações se estivermos em plena comunhão com o Senhor. É bom lembrar que a tentação é uma realidade existencial para os que estão em comunhão com o Senhor, mas a oração do Senhor Jesus é no sentido de não cedermos à tentação e sim resisti-la. Sendo assim, resistamos à tentação em nome do Senhor Jesus.


A tentação é uma porta aberta para que possamos experimentar o consolo do Senhor. Jesus está em plena comunhão com Pai, cercado pelas feras, a tentação é forte e cruel. A tentação de Cristo foi a mais penosa, indizivelmente mais dura do que podemos imaginar. Contudo, em meio a este processo penoso, podemos ver os anjos de Deus a servi-lo. O Senhor estava a ser consolado e confortado.


Nosso desafio é o de enfrentar a tentação. É o de desfrutar da comunhão com o Senhor e permitir que Ele use os seus anjos para nos consolar. A tentação é uma realidade, mas esta realidade aponta para a vitória que há em Cristo Jesus. Sendo assim, desfrutemos a vitória que o Senhor nos concede.


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