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Abandonado



Ao ler e refletir os textos bíblicos, gosto muito de me deter em Davi, e pensá-lo como um ser humano como eu, cheio de controvérsias e ambivalências. Há momentos em que desejo ser como ele, mas há outros que quero distância de suas atitudes horrendas. Contudo, ao ler a sua história de Davi percebo que ele sentiu o peso do abandono, de modo que ele encontrou na escrita uma forma de expressar a sua dor e voltando-se para o Senhor que nunca o abandonou. Portanto, independente de quem sejamos, num determinando momento teremos que enfrentar o abandono, que poderá acontecer por várias razões. Tal como Davi, o Senhor Jesus também foi abandonado pelos seus amigos e discípulos. Ele tinha plena consciência de que isso iria acontecer, ainda que os discípulos houvessem asseverado que jamais iriam deixá-lo. O final, é sabido por todos, Cristo foi abandonado, como pode ser lido na seguinte narrativa do evangelho de Marcos:


Levantem-se e vamos. Meu traidor chegou”. No mesmo instante, enquanto Jesus ainda falava, Judas, um dos Doze, chegou com uma multidão armada de espadas e pedaços de pau. Tinham sido enviados pelos principais sacerdotes, mestres da lei e líderes do povo. O traidor havia combinado com eles um sinal: “Vocês saberão a quem devem prender quando eu o cumprimentar com um beijo. Então poderão levá-lo em segurança”. Assim que chegaram, Judas se aproximou de Jesus. “Rabi!, exclamou ele, e o beijou. Os outros agarraram Jesus e o prenderam. Mas um dos que estavam com Jesus puxou a espada e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha. Jesus perguntou: “Por acaso sou um revolucionário perigoso, para que venham me prender com espadas e pedaços de pau? Por que não me prenderam no templo? Todos os dias estive ali, no meio de vocês, ensinando. Mas estas coisas estão acontecendo para que se cumpra o que dizem as Escrituras”. Então todos o abandonaram e fugiram. Um jovem que os seguia vestia apenas um lençol de linho. Quando a multidão tentou agarrá-lo, ele deixou para trás o lençol e escapou nu. (Mc 14:42-52). 

Meditando sobre essa realidade, o que o texto nos ensina?


O texto deixa claro que o abandono acontece por causa da traição. Judas foi quem traiu o Senhor Jesus e foi quem levou as autoridades até Ele. Trair é virar as costas para aquele com quem partilhamos a vida e a traição só acontece por quem nos é próximo e íntimo.


O texto nos ensina também que aqueles que nos são próximos, que afirmam que jamais nos deixarão, são esses que agirão contra nós, nos abandonarão e trairão. O Senhor Jesus sentiu o peso da traição e do abandono do amigo.


A segunda realidade que o texto nos ensina é que que o abandono acontece por causa do medo. Quando os discípulos viram que prenderam o Senhor Jesus, eles, com medo, fugiram deixando-O só, desamparado, mesmo considerando que Cristo já havia revelado que isso aconteceria.


Será que estamos dispostos a permanecer fiéis nas horas de aflição e angústia?


Os discípulos abandonaram o Senhor Jesus e fugiram, mas a questão que devemos nos colocar é se estamos firmes na caminhada com o Mestre ou será que já o abandonamos e nem nos damos conta de tal fato?

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