Aceitação incondicional

Decidi que precisava ter alguma atividade física, por isso, comecei a caminhar; mas não podia sair para a minha caminhada sem ter boa música para me acompanhar e foi assim que, fui surpreendido com uma canção que gosto muito, mas fazia tempo que não escutava e a mesma fez-me refletir como é que desejamos nos relacionar com as pessoas. Foi muito bom escutar “Just the way you are” de Barry White, pois fui confrontado com a realidade de que muitas vezes, eu não quero aceitar as pessoas como elas são e também vi que, muitos têm dificuldade com meu jeito de ser, mas precisamos aceitar uns aos outros como somos.
Escutando a canção de Barry White, percebi que nas minhas relações devo praticar a aceitação incondicional. Tenho que aceitar as pessoas como elas são e não como eu desejo que elas sejam. Ter tido consciência desse fato foi muito importante, para que mais tarde eu não venha a me lamentar. Os Titãs na canção “Epitáfio” dizem o seguinte:
“Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração”
Hoje, apesar de ser complicado, mais uma vez tomo a decisão de aceitar as pessoas como elas são, percebendo que elas carregam uma história de vida, trazem consigo suas dores, alegrias e tudo o que elas são, fazem parte de um processo que não dependeu apenas delas e no encontro com elas, quero fazer parte desse processo, mas fazê-lo de maneira positiva, aceitando-as como são e permitindo que as mesma façam parte de minha vida também.
Fiz minha caminhada e viajei no tempo, pensado nas caminhadas de Jesus e nos seus muitos relacionamentos, pois Ele sempre estava disposto a estar com qualquer pessoa e as acolhia como elas eram e as amou daquele jeito. Um dos encontros mais marcantes que eu vejo é o de Jesus com Zaqueu (Lc 19.1-10), principalmente porque Zaqueu que desejava apenas ver Jesus é surpreendido por Ele que vai até sua casa e aceita conviver com seus amigos, celebra com eles o momento, enquanto isso, aqueles que não percebem a graça, criticavam e acusavam Jesus. Mas é maravilhoso o desfecho, pois Jesus acolheu Zaqueu e se se deixou acolher por ele e por fazer isso, algo maravilhoso se deu na vida de Zaqueu que simplesmente se torna uma pessoa generosa e mostra publicamente a mudança que ocorreu em sua vida.
Um encontro “casual” no caminho, que termina à volta da mesa com a manifestação da graça de Deus. E em nossa caminhada, no nosso dia a dia quantos encontros “casuais” nós temos, que são verdadeiras oportunidades de manifestação da graça de Deus, quantos desses encontro se tornam relação de aceitação incondicional e culminam à volta da mesa, na partilha da refeição e da vida, mas fundamentalmente da graça geradora de vida que nos aceita como nós somos?