Além da futilidade

Na nossa vida, sabemos, a única certeza que temos é que morreremos, mas não queremos pensar sobre essa verdade e, por isso, deixemos esse tema de lado, procurando viver sem imaginar que a morte pode chegar a qualquer momento. O autor de Eclesiastes observou esse aspecto e fez uma série de reflexões que nos devem fazer parar para refletir, pois é preciso entender que o autor vai encurralando-nos e deixa-nos apenas a porta aberta da fé quando afirma:
“Vi debaixo do sol outra grande tragédia que pesa sobre a humanidade. Deus concede a alguns muita riqueza, honra e tudo que desejam, mas não lhes dá a oportunidade de usufruir disso. Eles morrem e outro acaba usufruindo de todas essas coisas! Isso também não faz sentido; é uma verdadeira desgraça. Um homem pode ter cem filhos e viver muitos anos. Se, porém, não encontrar satisfação alguma na vida e não tiver nem mesmo um enterro digno, teria sido melhor que houvesse nascido morto. Pois assim seu nascimento teria sido inútil, e ele teria desaparecido na escuridão. Não teria recebido sequer um nome, e jamais teria visto o sol, nem saberia de sua existência. E, no entanto, teria desfrutado mais paz que se houvesse crescido e se tornado um homem infeliz. Mesmo que vivesse dois mil anos, não acharia contentamento. E, visto que deve morrer como todos os outros, de que adiantaria? Todos passam a vida se esforçando para ter o que comer, mas nunca parece suficiente. Será, então, que o sábio tem alguma vantagem sobre o tolo? O pobre ganha algo por saber como agir diante dos outros? Aproveite o que você tem em vez de desejar o que não tem. Querer cada vez mais não faz sentido; é como correr atrás do vento. Tudo já foi decidido; sabia-se há muito tempo o que cada pessoa seria. Portanto, não adianta discutir com Deus sobre nosso destino. Quanto mais palavras são ditas, mais vazias elas são. Então, que diferença fazem? Nesta vida breve e sem sentido, quem sabe como é melhor passar os dias? A vida é como a sombra. Quem sabe o que acontecerá debaixo do sol depois que tivermos partido?” (Ec 6.1-12).
Quais são os ensinamentos desse texto para nós?
A primeira lição que o texto nos ensina é que a morte é inevitável, apesar de todo anseio e desejo pela vida, do desejo pela eternidade, de viver e continuar desfrutando de tudo que está à nossa volta. Entretanto, o Eclesiastes declara que a morte vai chegar e não temos como fugir e nesse dia, o autor nos aponta que o ETERNO, nos pedirá contas. O fato é que não importa se somos novos ou velhos, iremos ter que enfrentar a morte.
A segunda lição que o texto nos ensina é a busca incansável por satisfação. O autor declara que viu que o homem busca a satisfação, corre atrás das coisas, mas ele está sempre insatisfeito, falta-lhe sempre algo. Portanto, no seu íntimo, o ser humano entende que esse anseio por coisas, essa busca por satisfação e prazer não passa de mera futilidade e é fundamental ir mais além para encontrar a verdadeira resposta para a vida.
Por último, o texto ensina é que preciso ir para além da futilidade, é fundamental perceber que a resposta para os anseios humanos encontra-se em Deus. O autor de Eclesiastes declara que a morte é certa, que não há garantias e certezas. Diante de tal quadro, onde tudo fica sem sentido e fútil, quando ficamos sem respostas para a inevitabilidade da morte, quando todas as portas se fecham, temos a porta aberta da fé que nos aponta para o Criador que nos declara que a morte foi vencida.
É preciso ir além da futilidade e ir além da futilidade é ir ao encontro daquele que disse: “Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (Mt 11.28). Queres ir além da futilidade? Encontra-te com Jesus Cristo!