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Amai-vos uns aos outros



Lamentar, é preciso lamentar as muitas mortes que estão sendo noticiadas diariamente. Não importa se acontecem por causa naturais, se são fruto da violência e no momento mais complicado que vivemos, se são provocadas pelo do Covid-19. Toda e qualquer morte deverá ser lamentada.


Vejo alguns protestos, declarando que as vidas contam. Entretanto, mais do que afirmar que as vidas contam, torna-se fundamental cuidar delas. É essencial valorizar o ser em detrimento do ter. Não podemos olhar para o lucro, como se ele determinasse tudo o que é importante, esquecendo-nos das vidas que estão perecendo. Toda e qualquer vida tem de ser lamentada e toda injustiça denunciada sempre.


Não podemos nos calar. Precisamos unir as nossas vozes, às outras tantas que clamam por justiça. É bom recordar as palavras de Matin Luther King: “A desumanidade do homem para com o homem não é apenas perpetrada pelas ações virulentas dos maus. Também é perpetrada pela nefasta inação dos bons.” Sendo assim, não podemos nos calar.


É preciso lamentar e protestar. Se nos calarmos, seremos coniventes e, um dia, o mal pode bater à nossa porta e já não haverá ninguém para clamar e gritar conosco e por nós. Gostaria de citar o pastor Martin Niemöller, que foi condenado à morte por ser opositor do governo de Hitller. Segundo relatos, ele utilizou em seus discursos e sermões, estas palavras que foram inspiradas na leitura de poemas do escritor russo Vladimir Maiakóvski. Ele disse:



E não sobrou ninguém

primeiro levaram os comunistas
mas não me importei com isso
eu não era comunista;
em seguida levaram os sociais-democratas
mas não me importei com isso
eu também não era social-democrata;
depois levaram os judeus
mas como eu não era judeu
não me importei com isso;
depois levaram os sindicalistas
mas não me importei com isso
porque eu não era sindicalista;
depois levaram os católicos
mas como não era católico
também não me importei;
agora estão me levando
mas já é tarde
não há ninguém para
se importar com isso


Niemöller e Bonhoeffer não se calaram. Eles levantaram suas vozes, assumiram o seu pastorado e lutaram para que todos fossem respeitados. Não compactuaram com as atrocidades de Hitller e, por isso, pagaram com suas próprias vidas. Quero juntar-me a eles. Não posso esquecer Martin Luther King, que também pagou com a sua vida a luta pela igualdade. Mesmo sabendo que poderia morrer, ele nunca desistiu de lutar e sua luta foi marcada pelo evangelho. Tanto é que, em uma de suas falas, ele diz: “Nós os desterrados desta terra, que a tanto tempo somos oprimidos, estamos cansados de atravessar a longa noite do cativeiro. E agora estamos em busca da alvorada da liberdade, justiça e igualdade. Quero dizer-vos, meus amigos, antes de terminar… que temos de manter… Deus na linha da frente. Temos que ser cristãos em todos os nossos atos. Mas quero dizer-vos esta noite que não basta falar em amor. O amor é um dos pontos fulcrais da fé cristã. Outro é a justiça.

Quem está do lado do amor está sempre com a justiça e nós só estamos a usar as ferramentas da justiça.” Que, com amor, possamos clamar por justiça!


É essencial protestar. Não podemos calar diante das brutalidades que surgem em nossas telas. Mas quando sairmos para protestar, devemos perceber que é fundamental sermos verdadeiros cristãos e entender que as nossas armas são o amor e a justiça. Sendo assim, protestemos contra as injustiças, ergamos as nossas vozes bradando aos céus, também aos homens, e que elas sejam vozes proféticas, denunciando o mal que grassa à nossa volta, e nunca vozes políticas.


Não nos esqueçamos que a nossa arma é o amor e que o Mestre disse: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (Jo 13.34). Se obedecermos ao nosso Mestre, o mundo será bem melhor. Portanto, ouçamos mais uma vez este desafio em forma de mandamento: “amai-vos uns aos outros”.


#quarentena #confinamento #amor #próximo #mandamento #Jesus

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