Anunciando a vida eterna

O cristianismo enquanto religião difere de todas as outras religiões, pois apresenta não o homem em busca de Deus, mas Deus buscando o homem e esse caminho de busca é o do esvaziamento. Nesse sentindo, Henri Nouwen afirma: “O caminho do esvaziamento é o caminho de Deus, e não o nosso. Deus é-nos revelado como tal no impulso descendente, porque só Deus é que pode ser esvaziado dos privilégios divinos, tornando-se como nós. O grande mistério sobre o qual se baseia a nossa fé é que aquele que não é de maneira nenhuma igual a nós, que não pode ser comparado conosco, nem entrar em competição conosco, desceu ao meio de nós e assumiu a nossa carne mortal”. O apóstolo João, que ficou conhecido como o discípulo amado, foi quem mais falou sobre a encarnação de Jesus. Na sua primeira epístola ele declara
“Proclamamos a vocês aquele que existia desde o princípio, aquele que ouvimos e vimos com nossos próprios olhos e tocamos com nossas próprias mãos. Ele é a Palavra da vida. Aquele que é a vida nos foi revelado, e nós o vimos. Agora, testemunhamos e lhes proclamamos que ele é a vida eterna. Ele estava com o Pai e nos foi revelado. Anunciamos-lhes aquilo que nós mesmos vimos e ouvimos, para que tenham comunhão conosco. E nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Escrevemos estas coisas para que vocês participem plenamente de nossa alegria” (1 Jo 1.1-4).
Quando analisamos estes versículos, que são considerados o prólogo dessa epístola, descobrimos as grandes verdades do cristianismo. Essas verdades devem ser vividas em nossos dias e por isso, precisamos evidenciá-las até porque, não basta dizer que somos cristãos, devemos demonstrá-las através da nossa própria vida. Compreendendo essa realidade, devemos ver quais são os ensinamentos deste texto para as nossas vidas. Quais são as lições que aprendemos com esse texto?
A primeira lição que o texto ensina é que Jesus é Deus. João apresenta-nos a preexistência de Jesus, ou seja, o Senhor Jesus é Deus e Criador de todas as coisas e cheio de amor que entra na história humana encarnando, dando prova do se amor. O texto nos mostra um Deus presente, que não nos vira as costas para o ser humano e permite ser tocado, contemplado. Portanto, João nos mostra a historicidade de Jesus e sua deidade.
A segunda lição que o texto ensina é que Jesus é a fonte da vida. A vida reside n’Ele. Jesus é o Senhor da vida e é a própria vida e, portanto, somente Ele pode conceder vida, pois ela é dom de Deus. Nesse sentido, o próprio Senhor Jesus declarou: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode vir ao Pai senão por mim”. (Jo 14.6).
A terceira lição que o texto ensina é que Jesus deseja manter comunhão com a sua criação. O Deus que se manifesta em carne e que deseja manter comunhão conosco é o mesmo que deseja que sua mensagem seja proclamada. É essencial compreender que: “A manifestação histórica da Vida Eterna foi proclamada, não monopolizada. A revelação foi dada a poucos para muitos. Eles deviam ministrá-la ao mundo. A manifestação que nos foi feita (2) torna-se proclamação a vós (3). João deseja que os seus leitores desfrutem “a mesma condição vantajosa que ele e seus colegas de apostolado desfrutavam, quanto ao conhecimento de Deus”.
A última lição que o texto ensina é que a manifestação e o testemunho de Jesus são motivos de alegria. O texto deixa claro que a mensagem deve ser testemunhada e proclamada e sabemos que testemunhar é contar aos demais algo que foi vivenciado, experimentado. Portanto, testemunhar de Jesus é anunciar que a Vida Eterna se manifesta aos demais e afirmar isso, é declarar que Deus deseja perdoar os pecados da humanidade.
Jesus é Deus e a fonte da vida e Ele se deu a conhecer à humanidade. A questão é: Já tens a vida de Jesus em ti?