top of page
Buscar

Carentes de salvação



Leio uma notícia e um artigo que estão relacionados entre si. Ambos tratam da questão da sexualidade e falam da opção de cada ser humano. Tenho consciência que o tema da sexualidade é sempre delicado, e as pessoas, naturalmente já trazem suas ideias pré-concebidas para o campo do debate. Sendo assim, ninguém consegue ser totalmente imparcial. Portanto, reconheço que há uma certa parcialidade de minha parte, mesmo querendo refletir sobre este tema de maneira imparcial.


A notícia diz que a “ONU propõe banir "cura gay" no mundo e alerta para "risco de tortura” e o artigo diz que: “Sair do armário deixou de ser empecilho para a carreira dos famosos”. Notamos que há uma interligação entre ambos e a temática é a mesma. O que estes dois textos apresentam, e me fazem refletir, e em certo sentido, concordar com as premissas, mas quero ir um pouco além, pois é fundamental pormos os pontos nos is.


A primeira coisa que devemos dizer e aqui vou ao encontro do que diz a ONU, não existe cura gay. Ser gay, ser uma pessoa LGBT não é ser uma pessoa doente. Sei que isto gera muita discussão e não há tempo nem espaço para tal. Entretanto, vamos partir da premissa que é uma escolha, uma opção em relação à sexualidade que a pessoa faz e entendemos que cada ser humano é livre e suas opções sexuais dizem respeito somente a ela, quer concordemos ou não. Portanto, não me fale de “cura gay”, não imponha sua preferência e sua opção de vida aos demais.


A segunda realidade mostra o sofrimento das pessoas e aqui não me atenho apenas para os que são LGBT, mas também para os que são familiares e amigos, que por não entenderem ou aceitarem a opção de vida do outro, olham como anormalidade e sofrem e fazem sofrer. Sim, são aqueles que mais amamos que mais nos machucam e muitas vezes, por amarmos alguém que pensa diferente, que faz uma opção diferente, sofremos mas também agredimos e fazemos sofrer. Torturamos e somos torturados por causa do medo e da vergonha que talvez, tenhamos que enfrentar dos outros ao assumirmos publicamente que ficamos ao lado daquele que amamos.


A terceira realidade, mostra que há uma certa tolerância e aceitação para com as pessoas que estão assumindo suas opções sexuais, mas isto, não quer dizer que o pré-conceito não exista. Tolera-se os de fora, mas não aceita-se aqueles que fazem parte dos nossos muros. É bonito na família dos outros, mas na nossa é algo impensável e até proibido falar sobre o assunto. Sim, somos hipócritas e preconceituosos. Toda e qualquer pessoa deve ser respeitada, amada independente de sua opção sexual, quer concordemos ou não com a mesma. A opção é dela, e é ela na sua intimidade que tem que vivê-la.


Dito isto, assumo que convivo bem com quem quer que seja. Tenho amigos homossexuais, tenho membros da família e os amo integralmente. Aceito a opção de vida deles. Respeito-os enquanto pessoas livres. Posso não concordar com a opção que fizeram, mas jamais deixarei de amá-los e conviver com eles. Eles são importantes para mim. Eu os amo, mas acima de mim, o Criador os amou primeiro e o próprio Senhor Jesus disse: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.” (Jo 3.16-17). Não necessitamos de cura, mas sim de salvação e está encontra-se em Cristo Jesus.


Se nós nos respeitássemos e nos amássemos a ONU não teria que dizer tal coisa, aliás nem seria preciso existir a ONU. Aprendi que a graça é suficiente e é ela quem nos restaura. Não é o que os outros fazem, mas o que Deus faz em nós e por nós. A igreja não é um espaço para gente perfeita. A igreja é o lugar daqueles que foram lavados, santificados e justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo. E gosto muito das pessoas que o apóstolo Paulo diz que fazem parte da verdadeira igreja. Ele diz: “Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.” (1 Co 6.9-11). Na listagem feita por Paulo, onde é que nos encontramos?


A verdade é que todos somos carentes da graça de Deus. Não necessitamos de cura, mas sim de salvação e esta encontra-se em Cristo Jesus.


#sexualidade #graça #salvação

62 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page