Cooperação

A pessoa que deseja realizar alguma empreitada, quem deseja executar algum projeto, precisa estar disposta a escutar os demais e aceitar a cooperação dos outros, pois ninguém consegue fazer nada sozinho. Sendo assim, é preciso humildade para aceitar as ideias e cooperação dos demais. Essa é uma característica de Neemias, homem dotado de humildade e capacidade para reconhecer o trabalho e a cooperação daqueles que o auxiliavam. A narrativa do capítulo 11 do livro de Neemias nos mostra como se deu a organização e o repovoamento da cidade. Leiamos:
“Os líderes do povo passaram a morar em Jerusalém, a cidade santa. Um décimo do povo das outras cidades foi escolhido por sorteio para morar lá também, enquanto o restante permaneceu onde estava. O povo abençoou todos que se ofereceram para morar em Jerusalém. Esta é uma lista dos nomes dos líderes das províncias que foram morar em Jerusalém. A maioria do povo, dos sacerdotes, dos levitas, dos servidores do templo e dos descendentes dos servos de Salomão continuou a viver em suas próprias casas nas várias cidades de Judá, mas alguns do povo de Judá e de Benjamim se mudaram para Jerusalém. Da tribo de Judá: Ataías, filho de Uzias, filho de Zacarias, filho de Amarias, filho de Sefatias, filho de Maalaleel, da descendência de Perez; também Maaseias, filho de Baruque, filho de Col-Hozé, filho de Hazaías, filho de Adaías, filho de Joiaribe, filho de Zacarias, da família de Selá. Dos descendentes de Perez, 468 foram morar em Jerusalém. Eram todos homens valorosos. Da tribo de Benjamim: Salu, filho de Mesulão, filho de Joede, filho de Pedaías, filho de Colaías, filho de Maaseias, filho de Itiel, filho de Jesaías; depois dele, Gabai e Salai e 928 parentes ao todo. O chefe deles era Joel, filho de Zicri, auxiliado por Judá, filho de Hassenua, o segundo no comando da cidade. Dos sacerdotes: Jedaías, filho de Joiaribe, Jaquim e Seraías, filho de Hilquias, filho de Mesulão, filho de Zadoque, filho de Meraiote, filho de Aitube, principal encarregado do templo de Deus; também 822 colegas que serviam no templo; Adaías, filho de Jeroão, filho de Pelalias, filho de Anzi, filho de Zacarias, filho de Pasur, filho de Malquias, junto com 242 colegas, chefes de suas famílias; e ainda Amassai, filho de Azareel, filho de Azai, filho de Mesilemote, filho de Imer, e 128 de seus colegas, homens valorosos. O chefe deles era Zabdiel, filho de Gedolim. Dos levitas: Semaías, filho de Hassube, filho de Azricam, filho de Hasabias, filho de Buni; também Sabetai e Jozabade, líderes dos levitas, encarregados do trabalho fora do templo de Deus; e ainda Matanias, filho de Mica, filho de Zabdi, descendente de Asafe, que dirigia as ação de graças e as orações; também Baquebuquias, assistente de Matanias, e Abda, filho de Samua, filho de Galal, filho de Jedutum. Havia ao todo 284 levitas na cidade santa. Dos guardas das portas: Acube e Talmom e 172 colegas que guardavam as portas. Os outros sacerdotes e levitas e o restante dos israelitas moravam cada um na propriedade de sua família nas outras cidades de Judá. Mas os servidores do templo, sob a liderança de Zia e Gispa, moravam todos na colina de Ofel. O chefe dos levitas em Jerusalém era Uzi, filho de Bani, filho de Hasabias, filho de Matanias, filho de Mica, descendente de Asafe. Os membros da família de Asafe eram cantores no templo de Deus. Exerciam suas responsabilidades diárias de acordo com os termos de uma ordem do rei. Petaías, filho de Mesezabel, descendente de Zera, filho de Judá, era o conselheiro do rei em todos os assuntos referentes ao povo. Quanto aos povoados vizinhos, com seus campos, alguns do povo de Judá foram morar em Quiriate-Arba e seus povoados, em Dibom e seus povoados e em Jecabzeel e seus povoados. Também foram morar em Jesua, em Moladá, em Bete-Palete, em Hazar-Sual, em Berseba e seus povoados, em Ziclague e em Meconá e seus povoados. E ainda, em En-Rimom, em Zorá, em Jarmute, em Zanoa e em Adulão e seus povoados, em Laquis, com seus campos, e em Azeca e seus povoados. Assim, o povo de Judá se estabeleceu desde Berseba, no sul, até o vale de Hinom. Alguns do povo de Benjamim foram morar em Geba, em Micmás, em Aia e em Betel e seus povoados. Também foram morar em Anatote, em Nobe, em Ananias, em Hazor, em Ramá, em Gitaim, em Hadide, em Zeboim, em Nebalate, em Lode, em Ono e em Ge-Harasim. Alguns dos levitas que viviam em Judá foram morar com a tribo de Benjamim” (Ne 11.1-36).
Esse texto não fala de nenhuma iniciativa de Neemias, mas apresenta o que as pessoas do fizeram para povoar de Jerusalém. Sendo assim, podemos afirmar que Neemias era um homem que escutava sugestões e as acatava. Será que os líderes atuais estão escutando as sugestões que lhes são apresentadas? Quais as lições que aprendemos com esse relato?
A primeira lição é que devemos estar dispostos a escutar as pessoas. Neemias escutava as pessoas e aceitava as sugestões. Foi por isso que a reconstrução de Jerusalém estava sendo concretizada. Nós precisamos aprender a ouvir os outros e, acima de tudo, conhecer a nossa história. O povo se conhecia e isso fica claro pelo conhecimento das genealogias, mas também percebemos que eles abençoavam-se mutuamente e juntos desfrutavam da adoração. Precisamos ouvir os conselhos e pô-los em prática para que sejamos bem-sucedidos.
A segunda lição é que devemos aceitar a dedicação dos demais. O texto nos apresenta a dedicação das pessoas e, ao lê-lo, percebemos que os homens, voluntariamente, se ofereceram para habitar Jerusalém, ou seja, eles abdicaram das suas vidas para ajudar a desenvolver o projeto do Senhor. Sem o envolvimento e a dedicação das pessoas a reconstrução das vidas seria um fracasso. Devemos nos voltar para o exemplo de Neemias e ver o quanto ele ouviu o seu povo e como aceitou a cooperação e dedicação das pessoas, permitindo que elas desenvolvessem os seus ministérios para a solidificação da obra. O que nós temos feito?
A terceira lição que aprendemos é a da integração. Se observarmos atentamente o texto de Neemias, perceberemos que as pessoas foram buscar o seu lugar de origem. Desejavam estar num lugar onde tinham afinidades, pois não queriam se sentir estranhas. Desejavam estar no seu grupo, sentindo o calor humano e tendo um sentimento de pertença. Neemias nos ensina a lutar buscando uma integração total e isso só é possível se assumirmos um compromisso sério uns com os outros.
Neemias ensina que devemos escutar o clamor das pessoas e também que precisamos aceitar a dedicação dos outros para desenvolvimento de algum ministério e, fundamentalmente, que devemos lutar para que haja integração de todas as pessoas, pelo que elas são e nunca pelo que representam ser. Estamos disponíveis a aceitar a cooperação de todos?