Crês tu em Deus?
No ano de 2005, no mês de março, a revista Seleções apresentou o resultado da entrevista que fez com 8657 para saber o que essas pessoas criam. A entrevista ocorreu na Alemanha, Áustria, Bélgica, Finlândia, França, Holanda, Hungria, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Rússia e Suíça. As perguntas feitas foram para saber se as pessoas acreditavam em Deus, na vida depois da morte, se consideravam a religião necessária é, para distinguir o bem e o mal e por último, se consideravam que as religiões são forças benéficas para o mundo.
O resultado foi o seguinte: 70% dos europeus acreditam que Deus existe, 53% acreditam que há vida além da morte, 43% consideram necessária a religião para distinguir o bem e o mal e, 53% consideram que as religiões são forças benéficas para o mundo. O interessante é que que os cientistas também se questionam sobre essa temática. Francis C. Colins, em seu livro “A linguagem de Deus: A ciência apresenta provas para fé”, diz que em 1916, perguntaram a cientistas se acreditavam num Deus que se comunica ativamente com a humanidade e a quem se pode orar na expectativa de uma resposta. O resultado foi que 40% dos cientistas responderam afirmativamente. No ano de 1997, a pesquisa foi repetida na íntegra e a percentagem permanecia praticamente igual.
Antonio Monda, Docente de Realização Cinematográfica e escritor italiano, escreveu o livro “Acreditas? Conversa sobre Deus e a religião”, e o que podemos notar é que a questão da fé, da crença em Deus, faz todo sentido no século XXI. Contudo, creio que devemos levar em conta duas questões e uma delas foi contemplada na pesquisa feita aos cientistas. É essencial que respondam as seguintes questões: “Quem é o Deus que tu crês? e crês que Deus intervém na história?
Acredito sinceramente que essas perguntas são cruciais, pois o conceito de Deus em nossos dias é muito vago. Pelé é considerado o deus do futebol e os argentinos criaram a igreja que adora Maradona e o tem como seu deus. Se analisarmos a história da Europa, concluiremos que ela foi forjada num processo lento onde não faltavam divindades. Sendo assim, quem é o Deus que os europeus creem? Como é que esse Deus age na história e na vida do povo?
A Escritura também apresenta essa pergunta, mas a faz de modo mas profundo. Entretanto, ela responde e diz que não basta crer. Preste atenção: “Crês tu que Deus é um só? Fazes bem; os demônios também o crêem, e estremecem” (Tg 2.19). A pergunta da Bíblia é muito mais abrangente, questiona a unicidade de Deus, mostra que as pessoas sabiam quem era Deus e criam n’Ele, tinham consciência de sua manifestação na pessoa de Jesus. Contudo, o texto diz que não basta crer em Deus, pois os demônios também creem, mas estão condenados, perdidos.
Crer na existência de Deus é algo positivo, mas é essencial saber quem é esse Deus e ter um relacionamento pessoal com Ele. Para os cristãos, Deus É. Este foi o nome com que Ele se apresentou a Moisés “Eu Sou” (Êx 3.14). Este Deus presente encarnou. Entrou em nossa história e viveu aqui, uma vida cheia de graça, acolhendo a todos quantos a Ele se achegavam. O Seu nome é Jesus, que significa “o Senhor Salva”. Ele veio e viveu aqui para nos salvar, morreu na cruz para pagar o preço pelos nossos pecados, pois o salário do pecado é a morte (Rm 3.23; 6.23). Ele venceu a morte e agora está assentado à direita do Pai e intercede por nós, mas vai voltar para nos ter junto de Si.
O cristão crê num Deus presente e atuante, que se manifesta e se revela na Pessoa do Filho, mas age em nossa vida através do Espírito Santo e sendo um Deus Moral, exige de nós seus servos, que tenhamos vidas que condigam com a sua moralidade.
Os europeus creem em Deus, mas que Deus é esse? Ele atua aqui e agora? É um Deus limitado? Será que é assim que pensamos também?
Eu creio em Deus, não no abstrato. Creio no Deus que se manifestou na pessoa de Jesus e se entregou à morte por amor do universo. Eu creio no Deus-Homem e no Homem-Deus, que mudou a história da minha vida. E tu, crês em Deus?