Dá-me de beber

A notícia é de 2003, mas se ela se confirmar, tudo o que estamos vivendo este ano será agravado. Bem, foi no dia 28 de Janeiro de 2003 que o Diário de Notícias publicou uma matéria com o seguinte título: “Crise em 2025”. A mesma tratava sobre um relatório da ONU que afirmava que no ano de 2025, dois em casa três habitantes iriam sobreviver com dificuldade devido à escassez de água potável. Se isso for real, é uma situação assustadora.
Alguns chegaram a dizer que a próxima grande guerra mundial poderá acontecer justamente por causa da água. Afirmava-se que 450 milhões de pessoas sofriam por causa da escassez de água e que morriam 41 mil crianças por não terem água potável e, anualmente, esse número subia para 15 milhões de crianças. Já se passaram 17 anos e percebemos que pouco ou nada foi feito. O ser humano continua destruindo todo o ecossistema e os líderes, os governantes, seguem na sua mesma política, cada vez mais querendo ter o controle de tudo, gastando milhões em armamentos e coisas que em nada ajudam a vida de milhões de pessoas. E, enquanto isso, milhares estão morrendo diariamente porque não lhes são dadas as condições para que possam viver de modo digno.
Os novos relatórios continuam alarmantes, só para termos uma ideia, a ONU informa que “aproximadamente 3 bilhões de pessoas sofrerão com a sua escassez em 2025.” A triste realidade nos dias de hoje de vermos pessoas pedindo comida, em breve estender-se-á para uma súplica por água. Aliás, essa declaração: “Dá-me de beber”, é uma recorrente nas Escrituras, mas desejo apenas recordar um momento específico, que aconteceu com Jesus, quando Ele se encontrou com a samaritana e pediu que ela lhe desse água (Jo 4.7). O Criador, o Homem-Deus, o Deus que encarnou e manifestou a sua glória, teve sede. Necessitou de água como todos nós. Contudo, quando esse episódio se deu, eles estavam junto a um poço de água potável, coisa que em nossos dias, muitos não têm oportunidade de desfrutar. Entretanto, no diálogo com essa mulher, Jesus falou de uma sede diferente, a sede existencial, que é ainda muito maior que a sede de água. O Senhor declarou que ele tem a fonte que pode saciar a sede existencial de todo ser humano e, foi nesse momento, ao escutar tal declaração que a mulher disse: “dá-me dessa água” (Jo 4.15). Essa mulher percebeu que somente Jesus poderia dar-lhe dessa água, somente Ele pode suprir a nossa sede existencial.
O relatório da ONU foi alarmante e continua a sê-lo, mas é também alarmante ver a quantidade de pessoas sedentas pela Água da Vida. Pessoas que suplicam através de suas atitudes e nos dizem: “dá-me dessa água”. É hora da Igreja transbordar do seu cerne rios de água viva. É o momento de ser a resposta para um mundo em crise e não um problema.
Carrego muitas questões, tenho meus problemas, mas a minha sede existencial já foi saciada, e a tua?