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Encontros e desencontros



A música faz parte da minha rotina e não tenho um estilo predileto, sou eclético e ouço de tudo e consigo aprender e muito com elas e assim, hoje deparei-me propositadamente com a canção A lista de Oswaldo Montenegro e aquietei-me para escutá-la uma e outra vez, mergulhando na letra, avaliando-me, perscrutando-me e acima de tudo, olhando para os amigos, vendo quantos não poderei falar mais, pois na caminhada da vida fui jogado fora e hoje com tristeza vejo que também joguei amigos fora.

Hoje vejo sonhos que deitei fora, vejo que houve coisas que carreguei que não fazem sentido algum. Quantas conversas bobas, debates ocos que se tornam conversas de surdos, onde não se escuta o outro só para afirmar-se como dono da razão. Não vale a pena ficar com discussões vãs, é melhor silenciar. A Escritura diz: “Refreia as suas palavras aquele que possui o conhecimento; e o homem de entendimento é de espírito sereno. Até o tolo, estando calado, é tido por sábio; e o que cerra os seus lábios, por entendido” (Pv 17.27-28). Sendo assim, quero silenciar e aquietar-me para não alimentar a discussão.

A canção me fez olhar para imagens do passado e olhar-me no espelho e pude ver quanta mudança e sim, há momentos em que não me reconheço, mas também vejo o desejo do reencontro, a busca dos amigos, dos sonhos que foram sonhados e que se diluíram pelo tempo, mas que ficaram guardados na memória e necessitam ser resgatados. Entretanto, a minha lista apresenta-me amigos que posso e devo resgatar e preciso ser grato a eles por tudo o que representam em minha vida.

A minha lista mostra-me pessoas vencedoras e outras que não singraram e não sei como eu apareço na lista dos meus amigos, mas tenho consciência da sociedade em que vivemos e que: “A nossa cultura é uma cultura que idolatra vencedores, mesmo quando fazem batota para ganhar, e escarnece perdedores mesmo quando têm qualidades admiráveis”. Não desejo seguir esse padrão cultural e não quero jogar amigos fora.

Hoje não assobio as canções que não gostava, pelo contrário, vejo-me cantando-as e, revejo-me e vou reconhecendo-me e desejando que simplesmente me vejam como sou. Não quero ter razão nas discussões, não quero as discussões, mas desejo os encontros com as pessoas amadas que por um motivo ou outro se foram e ficamos para trás e desejo esquecer os desencontros para celebrar a alegria do reencontro e assim poder dizê-las o que disse Jacó a seu irmão Esaú: “tenho visto o teu rosto, como se tivesse visto o rosto de Deus, e tomaste contentamento em mim” (Gn 33.10).

Fiz a minha lista de amigos e não quero desencontros, quero os encontros e os abraços, pois como diz a Escritura: “Em todo tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão” (Pv 17.17) e tudo o que desejo é o meu irmão.


#vida #amizade #irmãos

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