Espiritualidade vazia

Nos últimos tempos, vi surgir um termo que, em minha opinião não faz sentido algum, mas respeito aqueles que o utilizam. Tenho escutado em conversas com amigos que hoje há um grupo cada vez maior de “desigrejados”, termo esse utilizado para referir-se às pessoas que deixaram de frequentar uma determinada igreja, em paralelo com aqueles que se autodenominam de “são cristão não praticantes”. Contudo, no meu humilde entendimento, o termo “desigrejado” não se adequa, pois não penso na igreja como uma instituição, mas sim no templo que cada um de nós constituímos. Além disso, ser cristão, significa que Cristo é visto em sua vida e que você vive em conformidade aos ensinamentos do Senhor Jesus. O apóstolo Paulo quando escreveu sua primeira carta para Timóteo, orienta-o para viver uma fé saudável, uma espiritualidade autêntica e que ensinasse as pessoas para viverem em conformidade com os ensinamentos da Escritura e, por isso, orientou o jovem Timóteo,
“Quando parti para a Macedônia, pedi a você que ficasse em Éfeso e advertisse certas pessoas de que não ensinassem coisas contrárias à verdade, nem desperdiçassem tempo com discussões intermináveis sobre mitos e genealogias, que só levam a especulações sem sentido em vez de promover o propósito de Deus, que é realizado pela fé. O alvo de minha instrução é o amor que vem de um coração puro, de uma consciência limpa e de uma fé sincera. Alguns, porém, se desviaram dessas coisas e passam o tempo em discussões inúteis. Querem ser conhecidos como mestres da lei, mas não sabem do que estão falando, embora o façam com tanta confiança (1 Tm 1.3-7).
Quais são as orientações que o apóstolo Paulo dá para Timóteo e que se aplicam para nós?
A primeira orientação que encontramos no texto é que devemos advertir sobre o falso ensino. Portanto, há pessoas que se autointitulam mestres, que ensinam, mas o seu ensino não é autêntico. O texto deixa claro que há pessoas que desejam ostentar ser o que realmente não são, gostam de aparentar muito saber e ter os holofotes sobre si, mas estes são vazios e não se firmam na verdade e não vivem fundamentados nas Escrituras.
A segunda orientação que encontramos é que devemos evitar discussões que não fazem sentido algum. Nos dias do apóstolo Paulo, eram fábulas e as genealogias e isso gerava uma discussão interminável. Não obstante, nos dias atuais, também encontramos pessoas que amam alimentar discussões ocas que não acrescentam nada e que só servem para afastar as pessoas de uma espiritualidade saudável.
Por último, a orientação é para que as pessoas possam viver uma fé sem hipocrisia. O apóstolo afirma que sua advertência tem como objetivo o amor, que procede de um coração puro. É essencial, portanto, orientar as pessoas para viverem a simplicidade do evangelho e uma fé sem falsidade.
O desafio que fica para nós é vivermos fundamentados na Palavra. Contudo, ficamos com a pergunta: Que tipo de espiritualidade estamos vivendo?