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Faça-se justiça


A música é muito mais que um simples entretenimento e é por isso que o povo de maneira sábia diz que “quem canta seus males espanta”, expressando o lado terapêutico da música. Entretanto, é fundamental dizer que a música é também um manifesto contra as injustiças sociais, é um grito intervencionista e um clamor desesperado por mudanças. Nas Escrituras, isso fica claro no livro dos Salmos, mas o profeta Habacuque também compôs o seu salmo e, de início, ele faz uma petição


Oração do profeta Habacuque. Uma confissão. Senhor, ouvi falar da tua fama; temo diante dos teus atos, Senhor. Realiza de novo, em nossa época, as mesmas obras, faze-as conhecidas em nosso tempo; em tua ira, lembra-te da misericórdia (Hc 3.1-2). 

O que aprendemos com essa petição inicial?


A primeira lição que o texto nos ensina é que precisamos temer ao Senhor. O profeta declara que, ao ver as obras de Deus, compreendeu a grandeza do Senhor e pôde perceber que Deus age na história e que Ele atua com justiça. A atitude de quem vê os atos/obras de Deus é de temor, referência por reconhecer que o Senhor é o Soberano.


A segunda lição que o texto nos ensina é que devemos clamar para que o Senhor intervenha em nossos dias e da mesma maneira. O profeta pediu para que Deus fizesse novamente o que havia feito no passado, ou seja, banido o mal. Tal como o profeta, devemos suplicar a Deus para que Ele atue novamente. É mister que clamemos ao Senhor para que Ele traga juízo, que Ele destrua o mal e a injustiça galopante em nossos dias.


A terceira lição que o texto nos ensina é que devemos suplicar pela manifestação da misericórdia de Deus. O profeta pediu que Deus agisse, mas que na sua ira, manifestasse misericórdia. Que se faça justiça, mas que ela venha temperada com a misericórdia. O profeta clama pela manifestação da graça de Deus, clama por sua misericórdia que jamais acaba. Como escreveu Isaltino “A benignidade do Senhor Jamais acaba, as suas misericórdias não têm fim; renovam-se a cada manhã” (Lam. 3:22,23). Benignidade é o hebraico hesedh, que significa “amor imutável, eterno; um amor que não depende do objeto amado, mas do caráter de quem ama”. Descreve o caráter misericordioso de Iavé. Seu caráter misericordioso, seu hesedh deve ser a esperança da igreja”.


O profeta Habacuque cantou clamando pela justiça e misericórdia de Deus. Não ficou indiferente. Mercedes Sosa e Beth Carvalho cantaram assim “Eu só peço a Deus / Que a dor não me seja indiferente / Que a morte não me encontre um dia / Solitário sem ter feito o que eu queria”. Que possamos erguer as nossas vozes, cantando e suplicando para que haja e faça-se justiça.

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