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Fique longe de mim



O governo português “entregou na Assembleia da República uma proposta de lei para tornar obrigatório o uso da app de rastreio StayAway Covid em certas situações como o “contexto laboral, escolar e académico”. Só que a medida tem levantado dúvidas — constitucionais e de privacidade.” Também, há uma outra que é o uso obrigatório de máscaras ao ar livre, quando não for possível manter as distâncias de segurança. Tudo isso acontece por causa do Covid-19, que está reconfigurando todo o nosso modo de viver, mas também está separando-nos uns dos outros.

O covid-19 está nos separando, afastando-nos uns dos outros. Recentemente, vivi uma experiência amargurante. Depois de falar numa igreja, uma criança desejou dá-me um abraço e confesso que fiquei super feliz, mas ela foi interrompida por um perentório, não faça isso! Nada de abraço! Mantenha a distância! Foi o famoso, fique longe de mim! E é assim que estamos vivendo os nossos dias, perdendo a realidade do contato, a sensibilidade e numa mistura que conjuga medo e cuidado, nos privamos do contato das pessoas porque o nosso cuidado nos torna pessoas desconfiadas.

O que devemos fazer e como fazer diante desse clima de instabilidade e medo?

A primeira coisa que precisamos fazer é viver, pois há muita gente que desistiu de viver. São pessoas que sobrevivem, existem, mas foram tomadas pelo medo e por isso, deixaram de desfrutar da vida e viver com intensidade e desfrutando do encontro com aqueles que são importantes, mesmo que seja necessário guardar o distanciamento, mas não se pode fechar e isolar-se numa atitude de pavor paralisante.

Outro aspecto muito importante é o de não deixar de conviver com as pessoas. Somos seres sociais, comunitários e carecemos de contatos. Sim, precisamos socializar e conviver, precisamos dos amigos e familiares e não podemos abrir mão dessa realidade.

Não desista das pessoas! Este é o terceiro aspecto. Vá ao encontro das pessoas, o nosso momento tem feito com que muitas pessoas fiquem isoladas e completamente tristes e desesperadas. Sendo assim, seja pró-ativo e vá ao encontro delas, tornando-se bênção para elas.

Este é um momento muito delicado em que temos que ter muito cuidado, mas não podemos nos acovardar e é preciso coragem e seguir o exemplo de profissionais da saúde, aposentados que regressam para linha da frente e as notícias mostram que, infelizmente alguns desses profissionais contraíram o vírus e morreram. N. T. Wright escreve:


Profissionais e voluntários como eles estão fazendo o que os primeiros cristãos faziam em épocas de pestilência. Nos primeiros séculos da nossa era, quando doenças graves atingiam um vilarejo ou cidade, os ricos corriam para as colinas (parte do problema costuma ser o ar denso e fétido da cidade). Cristãos ficavam e cuidavam dos enfermos. Às vezes, pegavam a doença e morriam. Pessoas ficavam surpresas: “Por que vocês agem dessa forma?” A resposta geralmente era: “Porque somos seguidores de Jesus, que deu a sua vida para nos salvar. É isso que fazemos também.

Afirmamos que somos seguidores de Jesus e chegou o momento de seguir o exemplo do Mestre e ter compaixão das pessoas e cuidar delas. As Escrituras nos mostram o Mestre tocando nas pessoas, convivendo com elas, tornando-se ritualmente “impuro”, mas purificando os impuros. O próprio Senhor Jesus disse: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas terna vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo 3.16-17). Ele foi ao encontro das pessoas e esteve com elas e não se privou de tocá-las e cuidar das suas mazelas.

Esse é um tempo onde os governos afirmam que devemos estar longe uns dos outros. As pessoas nos dizem: “fique longe de mim!”. Mas enquanto cristão, é preciso dizer, estou aqui e vou ficar ao seu lado e cuidar de você.

Eu não vou ficar longe, preciso estar perto, pois meu Senhor se fez perto, e tu o que farás?


#vida #covid #amor #próximo

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