Jesus: O Deus compassivo

Aquele que deseja viver uma espiritualidade saudável, deve buscar a cada dia parecer mais com Jesus, ou seja, precisa ser alguém que se coloca ao lado dos que sofrem, pois Jesus caminhava ao lado delas, vendo as suas dores e dilemas. Portanto, a espiritualidade saudável está direcionada ao outro. Quem se comprometeu com Jesus e segue o seu exemplo, coloca-se ao lado das pessoas, até porque entende o que é o amor e como escreveu o filósofo Roger-Pol: “o amor desliga cada um de nós de si próprio, para ligar ao outro, pela nossa constituição é possível respirarmos sozinhos, comermos isolados, dormimos sem ninguém, amar não. É sempre em nós e fora de nós, o outro primeiro. O amor é esse enigma que inverte tudo.” Jesus afirmou que quem precisa de médico são os doentes. Portanto, os doentes são àquelas pessoas que geralmente os religiosos não gostam de conviver, mas Jesus se faz presente na vida dessas pessoas e caminha ao lado delas, pois Ele é compassivo. Não esqueçamos que a compaixão é o amor em ação. O evangelho de Mateus declara essa realidade da seguinte maneira:
“Jesus andava por todas as cidades e todos os povoados da região, ensinando nas sinagogas, anunciando as boas-novas do reino e curando todo tipo de enfermidade e doença. Quando viu as multidões, teve compaixão delas, pois estavam confusas e desamparadas, como ovelhas sem pastor. Disse aos discípulos: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Orem ao Senhor da colheita; peçam que ele envie mais trabalhadores para seus campos” (Mt 9.35-38).
Vejamos, portanto, o que faz a compaixão
Primeiro, a compaixão faz com que Jesus caminhe em nosso meio. O texto afirma que Jesus percorria de cidade em cidade, o Mestre ia ao encontro das pessoas e como Já foi dito, a compaixão é o amor em ação. Logo, o amor é personificado na vida de Jesus que desceu do céu para habitar entre nós. Jesus, o Deus compassivo caminhou em nosso meio, Ele veio ao nosso encontro para nos levar para casa. A compaixão faz com que Deus caminhe conosco, tornando-se companheiro de jornada.
Segundo, a compaixão faz com que Deus toque as nossas feridas e nos cure. Jesus caminhou e caminha em nosso meio, pois Ele veio para nos restaurar. Jesus deu a sua vida para que todos pudessem ser restaurados e ter um relacionamento com Deus por meio da graça. Aquele que ama, toca as feridas, age terapeuticamente. O verdadeiro amor é aquele que se torna insalubre, pois não tem medo de se sujar, de tocar nas feridas. Ele valoriza o outro e sente a dor do outro. Portanto, Jesus viu a condição humana, viu nossas mazelas, e veio ao nosso encontro, amou-nos apesar de não haver nada de bom em nós. O Senhor veio até nós e mostrou-nos que o caminho para a cura das nossas feridas foi a encarnação, mas ela envolveu sofrimento, morte e ressurreição. Quando olhamos para Jesus, percebemos que mais do que tocar nas nossas feridas, entendemos que Ele aceitou ser ferido para que possamos ser sarados. Ele morreu por nós. O Senhor se fez próximo e veio ao nosso encontro e padeceu por nós na cruz do Calvário. Logo, pensar na compaixão de Deus, nos faz olhar para a cruz de Cristo pois o nosso Deus é o Deus que sofre, é o Deus ferido.
Terceiro, a compaixão faz Jesus ser consumido por nossas dores e sofrimentos. A compaixão fez com que Jesus penetrasse a dor humana. Deus é o Deus da compaixão e por isso, Jesus se deixou consumir pelas nossas dores, sofreu conosco e por nós, pois veio para nos redimir e a redenção foi conquistada na cruz do Calvário. Jesus teve compaixão de nós e por isso, sofreu por nós doando-se completamente. Ele se fez homem, entrou no nosso mundo, sentiu as nossas dores e veio nos libertar. A liberdade só é possível por causa da compaixão de Jesus, que sentiu as nossas dores e foi consumido por elas ao ponto de sofrer por nós. Portanto, Ele tornou-se nosso parceiro e companheiro de sofrimento e tudo isso, porque Ele veio para nos libertar.
A compaixão faz com que Deus sofra conosco e por nós, pois o Senhor Jesus se doou a nós e foi consumido pelas nossas dores. Ele nos chama para ter fé n’Ele, e ter uma fé madura que percebe que Ele, o nosso Senhor, é um Senhor ferido. Nosso Deus é o Deus da compaixão, mas sua compaixão, nos chama para uma fé centrada em Cristo e uma fé que caminha para o amadurecimento. Deus é compassivo e é consumido por nossas dores, mas Ele nos chama para ter o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus. Fica-nos a pergunta: Temos compaixão das pessoas e sofremos com elas?