Jesus: O Deus inclusivo

O ser humano tem a capacidade de ser indiferente a determinadas situações em que a indignação deveria ser a norma e, sem pejo, ele vira às costas ao seu semelhante sem se importar com o que se passa com ele. Quando observamos o mundo à nossa volta podemos ver a multidão de pessoas excluídas. Pelos mais variados os motivos as pessoas são conduzidas a uma vida completa de exclusão social. Entretanto, também percebemos que há pouco interesse em resgatar essas pessoas e incluí-las novamente na sociedade. O Senhor Jesus viveu numa sociedade extremamente excludente, mas Ele nunca excluiu ninguém, mas pelo contrário, todas as suas atitudes foram inclusivas, algo que podemos perceber na narrativa de Lucas:
“E navegaram para a terra dos gadarenos, que está defronte da Galiléia. E, quando desceu para terra, saiu-lhe ao encontro, vindo da cidade, um homem que desde muito tempo estava possesso de demônios, e não andava vestido, nem habitava em qualquer casa, mas nos sepulcros. E, quando viu a Jesus, prostrou-se diante dele, exclamando, e dizendo com grande voz: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço-te que não me atormentes. Porque tinha ordenado ao espírito imundo que saísse daquele homem; pois já havia muito tempo que o arrebatava. E guardavam-no preso, com grilhões e cadeias; mas, quebrando as prisões, era impelido pelo demônio para os desertos. E perguntou-lhe Jesus, dizendo: Qual é o teu nome? E ele disse: Legião; porque tinham entrado nele muitos demônios. E rogavam-lhe que os não mandasse para o abismo. E andava ali pastando no monte uma vara de muitos porcos; e rogaram-lhe que lhes concedesse entrar neles; e concedeu-lho. E, tendo saído os demônios do homem, entraram nos porcos, e a manada precipitou-se de um despenhadeiro no lago, e afogou-se. E aqueles que os guardavam, vendo o que acontecera, fugiram, e foram anunciá-lo na cidade e nos campos. E saíram a ver o que tinha acontecido, e vieram ter com Jesus. Acharam então o homem, de quem haviam saído os demônios, vestido, e em seu juízo, assentado aos pés de Jesus; e temeram. E os que tinham visto contaram-lhes também como fora salvo aquele endemoninhado. E toda a multidão da terra dos gadarenos ao redor lhe rogou que se retirasse deles; porque estavam possuídos de grande temor. E entrando ele no barco, voltou. E aquele homem, de quem haviam saído os demônios, rogou-lhe que o deixasse estar com ele; mas Jesus o despediu, dizendo: Torna para tua casa, e conta quão grandes coisas te fez Deus. E ele foi apregoando por toda a cidade quão grandes coisas Jesus lhe tinha feito” (Lc 8.26-39).
Quais são as lições desse testo para nós?
A primeira lição que o texto nos ensina é que Jesus, o Deus inclusivo, não rejeita ninguém, não importa o estado em que a pessoa se encontre. O texto nos apresenta uma pessoa possuída por demônios, que andava nua e desalojada, habitava nos cemitérios, era um morto vivo, pois ninguém desejava contato com ele. Contudo, Jesus, o Deus inclusivo, não rejeita ninguém e, por isso, o acolheu e restaurou-lhe a dignidade.
A segunda lição que o texto nos ensina é que Jesus, o Deus inclusivo, ama as pessoas e não o lucro. O texto mostra que Jesus permitiu que aqueles demônios entrassem nos porcos e, conduzindo a manada desfiladeiro abaixo, que morreu afogada. Quando as pessoas da cidade chegaram, viram que o homem estava vestido em sã consciência. Ao vê-lo daquela forma, eles preferiram mandar Jesus embora, uma vez que ele havia destruído a fonte de lucro deles. Não houve alegria pela restauração daquele homem. O texto deixa claro que a população estava completamente insensível, mas Jesus, o Deus inclusivo, libertou aquele homem, resgatou-lhe a dignidade e vestiu-o para que ele pudesse estar novamente em sociedade.
Por último, Jesus, o Deus inclusivo, restaura os relacionamentos sociais. O texto mostra que aquele homem vivia nos cemitérios, completamente excluído, não tinha relacionamentos, mas ao encontrar-se com Jesus, a sua vida foi restaurada, sendo esse é o único caso em que uma pessoa desejou seguir o Mestre e que Ele o tenha rejeitado. No entanto, Cristo disse àquele homem que regressasse para sua casa e relatasse tudo o que lhe havia acontecido. Logo, percebemos no texto que ele vai falando para toda gente o que tinha lhe acontecido. Jesus, o Deus inclusivo, restaura a dignidade da pessoa e faz com que ela possa ser incluída em seu grupo social, em sua comunidade e que ela sai da morte para a vida.
Jesus, o Deus inclusivo, não rejeita ninguém, pois todos têm valor e são dignos para ele. Ele deseja restaurar cada pessoa, quer restaurar as relações e fazer com que possamos regressar para as relações sociais. Eis a pergunta que fica: Já fostes restaurado por Jesus?