Jesus: O Deus que ama

O amor é a essência de Deus e amar é um ato volitivo que não depende do ser amado. Contudo, as pessoas têm dificuldade em compreender o que seja o amor, até porque elas querem ser amadas, querem ser felizes e invertem o padrão, pois numa atitude egoísta desejam ser amadas, mas é preciso que lembremos as palavras do Senhor Jesus: “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.” (Mc 12.30-31). Só pode amar quem se ama e quem compreende o amor de Deus. Jesus é o Deus que ama e que manifestou o seu amor por nós, fazendo-se fraco e por isso, percebeu as nossas dores e mazelas. Jesus é o Deus que ama, mas este amor que se tornou visível, envolto em carne, que se doou sem pedir nada em troca, muitas vezes não é percebido por nós por causa do nosso egoísmo e orgulho. Portanto, o desafio que temos, enquanto cristãos e pessoas atuantes na sociedade, é fazer com que o amor e a realidade das asseverações bíblicas se tornem reais para aqueles que nos rodeiam, mas nós também precisamos entender o que elas realmente significam. Dessa maneira, é essencial que reflitamos nas palavras do apóstolo João que afirmou:

“Amados, continuemos a amar uns aos outros, pois o amor vem de Deus. Quem ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Deus mostrou quanto nos amou ao enviar seu único Filho ao mundo para que, por meio dele, tenhamos vida. É nisto que consiste o amor: não em que tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como sacrifício para o perdão de nossos pecados. Amados, visto que Deus tanto nos amou, certamente devemos amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Mas, se amamos uns aos outros, Deus permanece em nós, e seu amor chega, em nós, à expressão plena. Deus nos deu seu Espírito como prova de que permanecemos nele, e ele em nós. Além disso, vimos com os próprios olhos e agora testemunhamos que o Pai enviou seu Filho para ser o Salvador do mundo. Aquele que declara que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus. Sabemos quanto Deus nos ama e confiamos em seu amor. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele. À medida que permanecemos em Deus, nosso amor se torna mais perfeito. Assim, teremos confiança no dia do julgamento, pois vivemos como Jesus viveu neste mundo. Esse amor não tem medo, pois o perfeito amor afasta todo medo. Se temos medo, é porque tememos o castigo, e isso mostra que ainda não experimentamos plenamente o amor. Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém afirma: "Amo a Deus", mas odeia seu irmão, é mentiroso, pois se não amamos nosso irmão, a quem vemos, como amaremos a Deus, a quem não vemos? Ele nos deu este mandamento: quem ama a Deus, ame também seus irmãos” (1 Jo 4.7-21). 

O que aprendemos sobre a manifestação do amor de Jesus?

Primeiro, o amor se vestiu de humanidade e mostrou sua face na pessoa de Jesus, pois Ele é o Deus que ama e o Deus que ama é todo amor. Ele é puro amor. Nós não merecíamos o amor de Deus, mas ele manifestou o seu amor para conosco assim mesmo. Deus é amor e o amor procede de Deus. A manifestação do amor é a encarnação de Jesus. Pensar no amor de Deus é olhar para Jesus o Homem Deus e o Deus Homem que é a expressão e revelação máxima do amor. E este amor foi sacrificial. Será que percebemos e entendemos que Jesus é a declaração de amor de Deus por cada um de nós?

Deus se doou a nós na pessoa de Jesus. O amor se vestiu de carne, se fez gente e veio até nós, veio para nos ensinar a ser o que é o amor e como amar. Jesus é o Deus que ama e por ama invade o nosso mundo, doa-se por inteiro, suja-se, invade as nossas fraquezas e mazelas porque quem ama cuida e não se importa de se sujar enquanto cuida da pessoa amada.

Segundo, o amor é Deus se derramando em nós e por nós. Deus é amor e este amor se manifestou, veio até nós e está em nós. É vida relacional com Deus. Portanto, conhecer o amor de Deus, estar envolvido numa relação com o Senhor Jesus é ter o céu na terra. Conhecer é ter intimidade, é caminhar com o Senhor. Jesus é o Deus que ama e o Deus que ama é Jesus e Ele se derramou por nós, que se doou e se relaciona conosco, mesmo sem que mereçamos. Ele simplesmente aceita-nos e nos transforma em seu amor e no seu amor ele vai nos aperfeiçoando para que possamos ser como Ele é. Deus se manifestou e mostrou o seu amor na pessoa de Jesus e esse amor se personificou na pessoa de Jesus. Jesus é o Deus que ama e o amor é a essência de Deus e esta essência está derramada em nós e se relaciona conosco e nos aperfeiçoa para que possamos aprender a amar como Ele nos ama.

Terceiro, o Deus que ama nos faz viver uma realidade relacional com o próximo em amor. A pessoa que diz amar a Deus, deve amar o seu próximo. Tem que ser reflexo de Cristo na sociedade. O amor de Deus veio até nós, se derramou sobre nós e, por isso, nós o amamos porque ele nos amou primeiro, mas quem ama a Deus deve amar o seu semelhante. Logo, o amor que devoto a Deus deve ser visto no amor que eu tenho pelo meu próximo. Jesus, o Deus que ama, nos chama para amar a todas as pessoas. O amor é relacional. É altruísta e se reveste de ação. Não precisamos de palavras, precisamos amar com atitudes. Portanto, aquele que diz amar a Deus e viver o amor de Deus, tem que ter uma atitude incondicional. É preciso viver de braços abertos, amando os algozes, perdoando os imperdoáveis da vida. É ter a capacidade de aceitar o que se pensa ser inaceitável. O Deus que derramou o seu amor por nós é o mesmo que nos capacita a viver esta realidade. Ele nos chama para seguirmos de braços abertos ao encontro do nosso semelhante. O amor traz consigo reconciliação.

Quem vive uma relação de amor com Deus e através de Deus está de braços abertos para receber os inimigos. Não há espaço, para inimizade. E aqui cabem as palavras do apóstolo Paulo: “se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber, porque fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça.” (Rm 12.18-20). Não existe outro caminho a não ser o amor. Jesus, o Deus que ama, nos chama para vivermos na biosfera do amor. A sua maior expressão de amor se deu na cruz. “Na cruz, Jesus mostrou-nos o que pode alcançar o amor de Deus. É um amor que abraça mesmo os que o crucificaram.” É este amor que devemos manifestar em nossa vida relacional e é assim que devemos viver se realmente somos de Cristo.