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Jesus: O Deus que nos liberta


Vivemos numa sociedade que sonha com a liberdade, seja de ir e vir, a de imprensa e a de expressão. No último dia 25 de Abril, Portugal celebrou o dia da liberdade, mesmo que percebamos que a sociedade vive escravizada, logo aprisionada. Na verdade, muitas são as prisões que prendem um ser humano e, como afirmou Viktor Frankl, “se pode privar a pessoa de tudo, menos a liberdade última de assumir uma atitude alternativa frente às condições dadas”, essa afirmação foi em relação aos presos num campo de concentração e sua fala é que ninguém pode destruir nossa essência, por isso seguiu afirmando que: “A liberdade espiritual do ser humano, a qual não se lhe pode tirar, permiti-lhe, até o último suspiro, configurar sua vida de modo que tenha sentido”. É verdade não se poder escravizar a essência de alguém, pois a nossa mente é livre. Temos liberdade de consciência e esta liberdade muitas vezes é chamada de espiritual. A ideia é que nossa essência é livre, mas será isto verdade? As Escrituras declaram que não somos livres, pois o Senhor Jesus afirmou: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8.32). Contudo, é normal que os próprios discípulos do Mestre tenham ficado desanimados e desejassem abandonar o caminho, pois ficaram desapontados com o que lhes acontece ou até mesmo com o Mestre. Isso fica muito claro na narrativa de Lucas, leiamos o texto:


“Naquele mesmo dia, dois dos seguidores de Jesus caminhavam para o povoado de Emaús, a onze quilômetros de Jerusalém. No caminho, falavam a respeito de tudo que havia acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a andar com eles. Os olhos deles, porém, estavam como que impedidos de reconhecê-lo. Jesus lhes perguntou: “Sobre o que vocês tanto debatem enquanto caminham?. Eles pararam, com o rosto entristecido. Então um deles, chamado Cleopas, respondeu: “Você deve ser a única pessoa em Jerusalém que não sabe das coisas que aconteceram lá nos últimos dias”. “Que coisas?, perguntou Jesus. “As coisas que aconteceram com Jesus de Nazaré”, responderam eles. “Ele era um profeta de palavras e ações poderosas aos olhos de Deus e de todo o povo. Mas os principais sacerdotes e outros líderes religiosos o entregaram para que fosse condenado à morte e o crucificaram. Tínhamos esperança de que ele fosse aquele que resgataria Israel. Isso tudo aconteceu há três dias. Algumas mulheres de nosso grupo foram até seu túmulo hoje bem cedo e voltaram contando uma história surpreendente. Disseram que o corpo havia sumido e que viram anjos que lhes disseram que Jesus está vivo. Alguns homens de nosso grupo correram até lá para ver e, de fato, tudo estava como as mulheres disseram, mas não o viram”. Então Jesus lhes disse: “Como vocês são tolos! Como custam a entender o que os profetas registraram nas Escrituras! Não percebem que era necessário que o Cristo sofresse essas coisas antes de entrar em sua glória?. Então Jesus os conduziu por todos os escritos de Moisés e dos profetas, explicando o que as Escrituras diziam a respeito dele. Aproximando-se de Emaús, o destino deles, Jesus fez como quem seguiria viagem, mas eles insistiram: “Fique conosco esta noite, pois já é tarde”. E Jesus foi para casa com eles. Quando estavam à mesa, ele tomou o pão e o abençoou. Depois, partiu-o e lhes deu. Então os olhos deles foram abertos e o reconheceram. Nesse momento, ele desapareceu. Disseram um ao outro:Não ardia o nosso coração quando ele falava conosco no caminho e nos explicava as Escrituras?. E, na mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém. Ali, encontraram os onze discípulos e os outros que estavam reunidos com eles, que lhes disseram: “É verdade que o Senhor ressuscitou! Ele apareceu a Pedro!. Então os dois contaram como Jesus tinha aparecido enquanto andavam pelo caminho, e como o haviam reconhecido quando ele partiu o pão” (Lc 24.13-35). 

O texto mostra-nos dois homens caminhando, tristes e desapontados, pois o Jesus que eles seguiram, que dedicaram suas vidas e que tinham como o libertador de Israel, havia sido preso pelos romanos, condenado à morte e crucificado. Três dias se passaram e nada mudou e era hora de voltar à rotina da vida. Decepcionados e desiludidos, eles seguiram pela estrada com os olhos fechados, aprisionados, mas sem saberem tudo iria mudar. Nesse sentido, é preciso ler o texto e perceber qual foi o caminho traçado por Jesus, para que eles percebessem que Ele é o Deus que nos liberta.

Primeiro, Jesus apareceu e partilhou os sentimentos e as emoções deles. A narrativa inicia-se dizendo o seguinte: “Neste mesmo dia”, mas que dia é esse? É o primeiro dia da semana, o dia da ressurreição, em que o Senhor apareceu às mulheres, mas em quem os homens não acreditaram. Esse é o dia em que a morte foi vencida. Contudo, é também o dia da incredulidade e da desistência. Os dois seguiam para Emaús, uma caminhada de 12 km. Estavam regressando ao passado, sem esperança. Mesmo tendo ouvido que o túmulo estava vazio, eles não creram. O Senhor se aproximou e passou a caminhar com eles. Deus é o Deus do caminho. Ele estava na à estrada com seu povo. Ele é o Deus que vem ao encontro dos seus e com eles caminha com os seus. Notamos que Jesus mostrou real interesse por eles desejando escutá-los e dedicando-lhes atenção. O Mestre achegou-se, fez-se próximo, foi ouvinte atento. Solidário!

Segundo, Jesus surgiu e partilhou da caminhada, da Palavra e do pão. A narrativa é de questionamento. É uma caminhada inquietante com perguntas e respostas. Eles demonstraram que a fé entrou em crise e por isso, perderam a esperança. Foram questionados e questionaram o estranho. É essencial questionar. Jesus iniciou com uma advertência e depois, os redirecionou para as Escrituras. O Mestre mostrou que caminho da glória é o caminho do sofrimento. O Senhor mostrou que a Palavra garantia a glória através do sofrimento do Messias e nesse processo, o coração deles ia queimando e eles perceberam o que nós também devemos perceber que: “As circunstâncias mais trágicas, mais dolorosas, mais desesperantes podem converter-se no caminho da libertação que desejamos acima de tudo.”


Terceiro, o Senhor nos faz regressar à comunidade e testemunhar dessa nova realidade. A liberdade rompe com o medo, redireciona a vida, pois quando eles perceberam Jesus ressurreto, regressaram para Jerusalém. Deixaram a comida, saíram pela noite percorrendo 12 km à noite, motivados pela alegria e pela liberdade. Portanto, eles regressaram à comunhão dos discípulos, livres do medo e foram recebidos com alegria, pois os irmãos contaram que o Senhor ressuscitou e eles também narraram a experiência que tiveram à mesa com o Senhor. Quando lemos esses versículos percebemos que precisamos estar junto à nossa comunidade e partilhar a mensagem da ressurreição do Senhor. É essencial ver o Senhor ressurreto e ter um encontro pessoal com Ele.

A mensagem que eles partilham é que o Senhor ressuscitou e que eles O viram. Ele apareceu no corpo e venceu a morte. Portanto, a igreja deve proclamar essa realidade e perceber que esse é o seu caminho. Livres por Cristo, somos chamados a estar na comunidade, partilhando a realidade da ressurreição. Cristo triunfou! Essa é a mensagem da igreja.

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