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Malhar quem?



Todo o processo da crucificação de Jesus aconteceu durante a festa da Páscoa e a nossa fé é essencialmente uma fé Pascal e, percebemos que o centro da nossa fé encontra o paradoxo da vitória mediante uma derrota absurda. Refletir sobre a Páscoa é pensar em todo o sofrimento que o Senhor Jesus sofreu. Entretanto, foi desenvolvida uma tradição onde na Páscoa, malha-se o Judas e, talvez essa tradição seja uma tentativa de purgar nossa própria culpa, mas a realidade é que, quando lemos o evangelho de Marcos percebemos que não foi Judas quem foi malhado, mas sim o Senhor Jesus. Marcos mostra esse relato assim:


Os soldados levaram Jesus para o palácio do governador (lugar conhecido como Pretório) e chamaram todo o regimento. Vestiram Jesus com um manto vermelho, teceram uma coroa de espinhos e a colocaram em sua cabeça. Então o saudavam, zombando: “Salve, rei dos judeus!. Batiam em sua cabeça com uma vara, cuspiam nele e ajoelhavam-se, fingindo adorá-lo. Quando se cansaram de zombar dele, tiraram o manto vermelho e o vestiram com suas roupas. Então o levaram para ser crucificado (Mc 15.16-20). 

Quais são as lições que aprendemos com esse texto?


A primeira lição que o texto me ensina é que é muito fácil humilhar e tripudiar quem se vê indefeso. O texto diz que o Senhor Jesus foi entregue para ser crucificado e, totalmente indefeso, os soldados levaram-no para o pátio, chamaram a corte e vestiram-lhe de púrpura, puseram-lhe uma coroa de espinhos, zombavam dele, davam-lhe com uma cana na cabeça, cuspiam nele e ajoelhavam-se adorando-o. Era a festa da zombaria que, calado o Senhor sofreu todo esse escárnio.


A segunda lição que o texto me ensina é a de aceitar a vontade de Deus, mesmo que isso implique em sofrimento. Devemos recordar que o Senhor Jesus orou pedindo que, se possível fosse, o Pai passasse dele aquele cálice, mas a resposta do Pai foi não. Em obediência e amor ao Pai, O Senhor Jesus aceita toda humilhação e sofrimento. Contudo, devemos estar bem cientes que a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita.


Por último, o escárnio dos soldados e o desprezo da corte em relação ao Senhor Jesus mostram como o homem rejeita a graça de Deus. O texto tem um sarcasmo enorme, mas é diante da ridicularização dos soldados, da zombaria da corte que percebemos que eles reconheceram que Jesus era Rei, ainda que o tivessem rejeitado, mesmo tendo reconhecido a sua soberania, eles preferiram desprezá-lo e maltratá-lo, mas será que não agimos assim, também?


Depois do sacrifício de Jesus, foi desenvolvida uma tradição em que Judas é malhado. Entretanto, vemos que a história nos mostra que a humilhação e a dor foram vividas pelo Senhor Jesus, não apenas pelos soldados e pela coorte, mas pelos líderes religiosos dos seus dias e o povo. Contudo, a questão que devemos fazer e precisa ser respondida é: Será que tenho consciência de que Jesus foi malhado por mim?

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