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Nada será como antes


Ao que parece, estamos saindo de uma pandemia que ceifou milhares de vida. No entanto, quando pensávamos que tudo iria voltar ao normal, eis que surge-nos uma guerra ceifando sonhos, abraços, dilacerando corações, separando famílias, levando pessoas para longe dos seus, deixando centenas de crianças órfãs. Os líderes mundiais buscam uma solução, diálogos e mais diálogos são realizados, mas parece que é tudo em vão. Entretanto, é diante da tragédia e da dor do outro que percebemos que o ser humano acorda, se faz solidário. É nesse momento, então, que manifestamos o motivo pelo qual fomos feitos por Deus, quando a bondade e a solidariedade nos invadem. Desmond Tutu afirma: “Somos feitos por Deus para a bondade, Ele que é a própria bondade. Somos feitos para Deus e à imagem de Deus, que é a própria essência da bondade”.

Sabemos que a tragédia se abateu sobre o mundo e nada será como antes e, por causa disso, há um certo ceticismo que se apodera de alguns. Contudo, outros se voltam para a fé e clamam a Deus. Quando meditamos nas Escrituras, encontramos a história do povo de Israel, que foi levado para o cativeiro, quando a cidade de Jerusalém ficou completamente destruída, situação essa vivenciada pelo profeta, que o levou a escrever o seguinte:


Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade. A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto, esperarei nele. Bom é o Senhor para os que esperam por ele, para a alma que o busca. Bom é aguardar a salvação do Senhor, e isso, em silêncio (Lm 3.21-26). 

Quais são as lições que aprendemos com esse texto?


A primeira lição que o texto ensina é que diante das tragédias da vida devemos alimentar a mente no que pode nos dar esperança. A cidade de Jerusalém estava completamente destruída, o povo desolado e angustiado e em profundo sofrimento. Eles perderam a guerra, tiveram que enfrentar suas perdas, além de terem sido levados para o exílio. Foi nesse momento, diante das perdas e do sofrimento que o profeta declarou que devemos mergulhar em nós próprios e vermos o que nos dá esperança, o que nos incentiva a viver. Portanto, o profeta diz para não nos alimentarmos das tragédias, mas sim da esperança e daquilo que nos dá sentido de vida. Não são as circunstâncias que determinam a nossa essência e nem a maneira como devemos viver.


A segunda lição que o texto ensina é que devemos entender que Deus é bom. O profeta traz à memória as misericórdias de Deus são a causa do povo não ser consumido. Ele ensina que é bom lembrar do agir de Deus e de que Deus é bom. Além disso, o profeta declara que seu bem maior é o Senhor e vai aguardar n’Ele, pois o Senhor é bom para os que esperam por Ele, para aquele que O busca. As circunstâncias não determinam quem é o Senhor nem o seu caráter. A tragédia pode chegar e mudar todas as circunstâncias, o mau pode se fazer presente e, é nesse momento que devemos olhar para Deus e clamar por Ele, pois o Senhor é bom.


Por último, o texto ensina que é fundamental sossegar e aguardar pela intervenção do Senhor. No meio do caos, diante de toda a tragédia o profeta declara que Deus não está ausente e mostra que é preciso aquietar-se, pois o Senhor vai intervir trazendo a sua salvação. O profeta declarou de maneira enfática que Deus iria intervir e saber que Ele era consolador. Sendo assim, não desespere, fique tranquilo e saiba que Deus vai intervir.


Estamos vivendo dias conturbados, não imaginávamos que teríamos que enfrentar as consequências de uma guerra. Entretanto, diante de todas as incertezas, temos a certeza de que Deus não é apanhado de surpresa e mesmo que nada volte a ser como antes, podemos esperar no Senhor que é o Salvador e fará muito melhor que antes.

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