Não me chamem de Pastor!
Fiquei chocado com uma mensagem que recebi. Ela falava de uma reportagem que foi publicada na revista Veja, de 09 de Junho de 1999 e tinha o seguinte título: "Irmãos, uni-vos! Pastores evangélicos criam sindicato e cobram direitos trabalhistas das Igrejas”.
O que é Isto? Que atitude é esta? Não consigo entender e conceber o que eu li. Se é esta a visão que os pastores desejam que tenham de si próprios eu desisto deste título. Não desejo ser vinculado com tal tipo de pensamento. Quero como todos os grandes líderes e apóstolos ser considerado servo do Senhor Jesus. Um escravo que não tem vontade própria, mas que foi comprado pelo sangue de Jesus e por isto mesmo deve glorificá-lo em sua vida (1 Cor 6.20).
Não quero mais ser chamado de pastor se tiver que ser considerado membro de um corporativismo que busca os seus próprios interesses e não buscar o Reino de Deus e a sua Justiça. Não quero ser um profissional da religião. Não desejo ser um apresentador de culto e fazer discurso religioso.
Não quero mais o título de pastor, se estiver vinculado a uma posição dentro de uma estrutura como se fosse um cargo dentro de uma empresa. Que história é esta, de ter uma classe que vá lutar na justiça pelos direitos trabalhistas dos pastores? É hora de ouvirmos a Palavra do Senhor: "Aventura-se algum de vós, tendo questão contra outro, a submetê-la a juízo perante injustos e não perante os santos?" (1 Cor 6.1).
Eu sou do povo. Sou do povo de Deus, faço parte do sacerdócio real, juntamente com os meus irmãos (1 Pe 2.9). Somos todos sacerdotes e é verdade que recebo os meus proventos da igreja. Isto não é errado, pois digno é o trabalhador do seu salário (Lc 10.7). Mas como aprendi no seminário, o dia que não estiver satisfeito, devo orar ao Senhor e depender somente da sua graça. E se estiver passando por momentos difíceis possa dizer como Paulo: "posso tudo naquele que me fortalece" (Fp 4.13).
Não quero ser chamado de pastor, se na mente das pessoas, isto signifique que tenho que encher à igreja e fazê-la crescer. O crescimento quem faz é o Senhor (1 Cor 3.6). Se tiver que fazer show, vender-me e tornar-me marionete nas mãos dos homens. Se for assim, eu desisto de ser chamado pastor.
Que é Isto? Deixem de brincadeira. Voltemos para a Bíblia. Vivamos conforme os ensinamentos do Senhor Jesus, submetamos nossas vidas a Ele, em obediência com temor e tremor.
Ser pastor não é brincadeira. É coisa séria! É a obra sobremodo excelente (1 Tm 3.1).
Quero ser chamado de pastor, se junto com os meus irmãos, mostrarmos ao mundo a luz do Senhor (Mt 5.16). Quero ser chamado de pastor, se junto com o povo de Deus estivermos adorando o Pai em espírito e em verdade. Se pudermos ter o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus (Fp 2.5-9). Aí sim, eu quero ser chamado de pastor.