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Não seja desleal


Recentemente, enquanto lia as notícias, deparei-me com a declaração de um determinado político brasileiro que, diante da mudança de governo, afirmou que não era tão a favor do governo cessante, ou seja, como diz o dito popular: “rei morto, rei posto”. Tal político mostrou toda a sua deslealdade e ingratidão, mas semelhante atitude também ocorre com o povo de Deus, a tal ponto que o Senhor denuncia a atitude desleal do povo através do profeta Malaquias, e forma contundente, ora veja:


Não somos filhos do mesmo Pai? Não fomos todos criados pelo mesmo Deus? Então por que traímos uns aos outros e quebramos a aliança de nossos antepassados? Judá foi infiel, e uma coisa detestável foi feita em Israel e em Jerusalém. Os homens de Judá contaminaram o santuário que o Senhor ama ao se casarem com mulheres que adoram deuses estrangeiros. Que o Senhor elimine das casas de Israel até o último homem que fez isso e que, ainda assim, apresenta uma oferta ao Senhor dos Exércitos. Há outra coisa que vocês fazem. Cobrem de lágrimas o altar do Senhor, choram e gemem porque ele não dá atenção às suas ofertas nem as aceita com prazer. E ainda perguntam: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha dos votos que você e sua esposa fizeram quando jovens. Mas você foi infiel, embora ela tenha continuado a ser sua companheira, a esposa à qual você fez seus votos de casamento. Acaso o Senhor não o fez um só com sua esposa? Em corpo e em espírito vocês pertencem a ele. E o que ele quer? Dessa união, quer filhos dedicados a ele. Portanto, guardem seu coração; permaneçam fiéis à esposa de sua mocidade. Pois eu odeio o divórcio, diz o Senhor, o Deus de Israel. Divorciar-se de sua esposa é cobri-la de crueldade, diz o Senhor dos Exércitos. Portanto, guardem seu coração; não sejam infiéis” (Ml 2.10-16).

Perceba que quando há falta de lealdade do povo para com Deus, quando esse é infiel ao Senhor, a família sofre as consequências. Toda a argumentação gira em torno das perguntas feitas no versículo 10: “Não temos nós todos um mesmo Pai? não nos criou um mesmo Deus? por que nos havemos aleivosamente uns para com outros, profanando o pacto de nossos pais?” A ideia aqui da paternidade não é universal, mas que Deus é Pai da nação de Israel. Deus chamou o povo de Israel, se tornou Pai dessa nação. Tanto homens como mulheres são filhos do Senhor. Como irmãos, deveriam viver uma relação harmoniosa, mas não era isso que sucedia, pois reinava a deslealdade no meio do povo e Deus o advertiu contra essa deslealdade. Entretanto, a pergunta que devemos responder é a seguinte: Em que não podemos ser desleais?


O texto ensina que não podemos ser desleais em nossos relacionamentos interpessoais. O versículo 11 indica a falta de lealdade de Judá ao ter se relacionado com pessoas que serviam a outros deuses e o texto afirma que Israel profanou a santidade do Senhor. A ideia aqui é o santuário, mas não o edifício e sim a pessoa. Sendo assim, Israel profanou o seu caráter de nação santa (Êx 19.6; Is 6.13). A santidade do Senhor que deve ser vista no meio do seu povo estava manchada porque Judá se envolveu com uma mulher filha de um deus estranho. A ideia do termo “filha de” é que a mulher tinha o mesmo caráter do seu deus, que era alguém que estava em oposição ao Senhor. Portanto, Israel falhou, esqueceu um de dois princípios de grande valor: a integridade da família, que era uma das pilastras da nação e a teocracia judaica, que ficaria esfarelada com os casamentos com adoradores de falsas divindades.

O texto também afirma que não podemos ser desleais com os nossos cônjuges. Naqueles dias, o divórcio havia se tornado uma prática comum e os homens estavam abandonando suas esposas para se casarem com jovens atraentes. Note, o texto afirma que o casamento é uma aliança e esse termo é o mesmo para testamento. Portanto, ser fiel ao cônjuge espelha fidelidade ao Senhor, pois Ele aborrece o repúdio. O que o texto está afirmando é que quando somos desleais ao Senhor seremos desleais conosco mesmo. Portanto, a maior traição que podemos fazer não é contra o nosso cônjuge, mas sim contra nós mesmos, pois estamos a negar o compromisso que assumimos. Mentimos e para sustentar nossa mentira arranjamos desculpas que, muitas vezes, culminam com o divórcio.


Por último, não podemos ser desleais em nossa adoração. É interessante ver que o povo oferecia sacrifício, chorava diante de Deus e reclamava porque não obtinha resposta do Senhor. A verdade é que o pecado tem a capacidade de cauterizar as mentes, faz com que fiquem embrutecidos, sem que se perceba que o culto é apenas conversa jogada fora. Não havia sinceridade na atitude do povo e eles queriam justificar o seu erro culpando Deus.

A deslealdade pode ser manifestada de várias maneiras na nossa vida e ela desagrada o Senhor. Portanto, nessa breve reflexão, vimos que podemos ser desleais em nossos relacionamentos interpessoais, bem como na relação familiar. O Senhor quer que sejamos fiéis e leais a Ele. Sendo assim, tenhamos a coragem de dizer não ao pecado que nos rodeia e que nos dediquemos mais ao Senhor.



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