O cuidado maternal de Deus
Cremos que Deus é o criador de todas as coisas e por causa dos ensinamentos de Jesus, nos habituamos a chamá-lo de Pai. Sim, a Bíblia, principalmente o Novo Testamento, apresenta-nos Deus como Pai e, por esse motivo, todos imaginamos Deus como um ser masculino. Entretanto, Jesus nos diz que Deus é espírito e os seus adoradores devem adorá-lo em espírito e em verdade. Deus não é masculino nem feminino. Certa vez um papa disse que Deus é mãe e essa declaração causou uma grande confusão, mas estou completamente de acordo com ele.
Afirmo que a fala do papa foi correta, fundamentado na declaração de Jesus: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste!” (Mt 23.37). O texto apresenta-nos Deus como mãe. Jesus faz uma analogia com o cuidado maternal e vendo essa imagem, fui meditando sobre essa realidade e aprendi as seguintes lições:
O texto me ensina que o cuidado maternal de Deus promove aconchego. É interessante notar que Jesus, o Deus encarnado, diz que desejou ajuntar os filhos de Jerusalém, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo de suas asas. Isso demonstra proximidade, aconchego e intimidade. Só as mães conseguem aconchegar seus filhos assim. São elas que dedicam mais tempo, demonstram mais emoção e afeto. As mães acolhem os filhos em todas e quaisquer circunstâncias da vida. Deus em seu cuidado maternal nos mostra que Ele está sempre disponível para acolher-nos junto de Si
Outra realidade que aprendo com o cuidado maternal de Deus é o amparo. Tal como uma mãe que acolhe e ampara seus filhos, Deus também ampara os seus. Como a galinha que acolhe e ampara os seus pintos, não os larga, assim Deus faz com seus filhos. Da mesma forma que as mães amparam seus filhos e estão sempre dispostas a acolhê-los sempre e nunca abandoná-los, Jesus diz-nos claramente que Ele deseja fazer o mesmo conosco. Ele não nos vira às costas. Ele sempre se faz presente para nos amparar e socorrer.
O cuidado maternal de Deus mostra-nos que Ele nos protege. As mães sempre protegem seus filhos. Elas têm a capacidade de corrigir os filhos, mas jamais permitirão que outros o façam, se alguém tentar vai vê-las se tornarem uma fera. Da mesma forma, Deus diz que não permitirá que os que tentam se levantar contra seus filhos prevaleçam, pois a luta não é contra seus filhos, mas contra Ele mesmo.
No cuidado maternal de Deus aprendo a lição da sensibilidade. Vemos que Deus é próximo e sensível, que se importa com a dor dos seus filhos. Ele é um Deus que aconchega, ampara, protege e socorre os seus. Deus é um Ser pessoal, com sentimentos e não tem vergonha de demonstrá-los. Fomos criados em uma sociedade dominada pelos homens, uma sociedade onde o poder, a força e a insensibilidade imperam. Nessa sociedade onde os homens exercem o poder, sempre ouvimos dizer: “Homem não chora!” Homem que é homem não se mostra fraco. Entretanto, o Deus-Homem, o Homem-Deus transpira sensibilidade e mostra-nos seus sentimentos e não tem vergonha alguma de manifestar sua sensibilidade e a preocupação que tem pelos seus. Em seu cuidado maternal, Deus nos ensina a lição da sensibilidade.
Deus é pai e também é mãe. Ele é e não temos como limitar o seu agir. Ele é o criador da humanidade e criou-nos à sua imagem e semelhança. Sendo assim, carregamos em nós características que refletem a glória dele em nossas vidas. O homem, no exercício da paternidade, ensina-nos a autoridade, força e liderança. A mulher, no exercício da maternidade, ensina-nos o cuidado, o amparo, sensibilidade e o amor incondicional.
No cuidado maternal, Deus mostra-nos que Ele não abre mão de seus filhos.