O melhor está por vir

Toda tempestade tem seu fim. Nenhuma crise permanece para sempre e apesar da economia mundial estar em crise, completamente desequilibrada. As notícias não são nada alvissareiras. Além disso, percebemos que diante da pandemia, nos faltam respostas, os governantes dos países não sabem o que fazer e nem como agir.
As notícias viraram um hino à tragicidade e, em época de pandemia, as coisas pioram. Enquanto tentamos regressar à normalidade, buscando sair do confinamento, percebemos que as pessoas acabam por desrespeitar as regras de segurança sanitária e assim, fica-nos claro, como o hedonismo triunfa em nossos dias, pois o prazer está acima da questão sanitária e da própria vida.
Qual deve ser a nossa atitude diante das crises econômicas, sociais, relacionais e emocionas?
A crise nos faz encarar duas realidades. A primeira é vê-la como um período de mudança, sendo entendida como oportunidade para o desenvolvimento pessoal, mas ela também pode ser vista como um perigo que aumenta nossa vulnerabilidade mental, tudo vai depender de como encaramos a situação. É bom ver o que diz Rocamora: “A crise pode ser considerada um ponto de virada, a possibilidade de uma terceira via que invalida a concepção maniqueísta do homem ocidental: a crise, então, torna-se a articulação para procurar outras opções”. Portanto, é essencial perceber essa articulação para uma nova opção, que abrirá um novo caminho. Sendo assim, o nosso desafio é não nos deixarmos prender nas teias das circunstâncias, e muito menos, ficar agarrados às tragédias, achando que não nos livraremos delas. É essencial olhar pra frente e ver que, há uma saída para os problemas. É primordial que não nos fechemos para o mundo. Precisamos perceber a terceira via, a oportunidade que surge de uma mão amiga, mas isso só será possível se deixarmos de nos agarrar às circunstâncias.
Quando a crise chegar e saiba, que ela vai chegar, e quando a tragédia bater à sua porta, entenda que isso é algo circunstancial e esse momento deve ser encarado como oportunidade. Lembro de uma senhora que sofria de câncer (cancro) e por causa disso, tinha muitas dores, mas em momento algum, deixou-se prender pelas circunstâncias e jamais se vitimizou. Ela amou a vida e os seus últimos dias foram intensos, marcados pela esperança e sem perder uma única oportunidade, pois ela aproveitou cada minuto para ensinar a todos quantos dela se aproximavam e assim, ela percebeu as outras opções, olhando para frente, sem medo, percebendo que o Senhor era com ela e foi por isso, que antes de partir disse: “O Senhor Jesus está ali, me esperando!”.
Diante da crise, há uma terceira via, a opção de viver com graça, sem desesperar, percebendo que Deus está presente e assim, surge a oportunidade de transformar a tragédia pessoal num hino de louvor e adoração a Deus. Foi o que essa mulher fez e, terminou sua vida recitando o salmo 23. Recordo-me de sentir seu coração abrandando nos batimentos, sua voz tornando-se um suspiro, mas mesmo assim, ela conseguiu recitar todo o salmo que diz:
“O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome. Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.” (Sl 23.1-6).
Foi uma pessoa que olhou para o futuro, cheia de esperança e certeza de que não estava só, e que a morte, não decretava o seu fim.
Qual é a crise que estás vivendo? Qual o vale sombrio que estás passando?
Não te deixes prender pelas circunstâncias, olha para Aquele que abriu o caminho para ti e segue em frente, pois o que vem é muito melhor.