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Olhos abertos



Certa vez Jesus estava caminhando e viu um cego de nascença. Ao perceberem os seus discípulos logo questionaram para saber quem havia pecado, se ele ou os pais. Até hoje, muitas pessoas questionam sobre essa passagem bíblica e, ao mesmo tempo, fazem a mesma pergunta que os discípulos fizeram, ao verem pessoas que já nascem com deficiência física, contudo, pode uma criança intrauterina pecar? O mestre diz aos seus discípulos que nem ele e muito menos os pais pecaram, mas que aquela situação era para a manifestação da glória de Deus.

Essa história encontra-se no capítulo 9 do evangelho de João. Vejamos apenas os primeiros versículos, mas sugiro a leitura de todo o capítulo. O texto diz: “Enquanto caminhava, Jesus viu um homem cego de nascença. Seus discípulos perguntaram: “Rabi, por que este homem nasceu cego? Foi por causa de seus próprios pecados ou dos pecados de seus pais?”. Jesus respondeu: “Nem uma coisa nem outra. Isso aconteceu para que o poder de Deus se manifestasse nele. Devemos cumprir logo as tarefas que nos foram dadas por aquele que me enviou. A noite se aproxima, quando ninguém pode trabalhar.


Mas, enquanto estou aqui no mundo, eu sou a luz do mundo”. Depois de dizer isso, Jesus cuspiu no chão, misturou a terra com saliva e aplicou-a nos olhos do cego. Em seguida, disse: “Vá lavar-se no tanque de Siloé” (que significa “enviado”). O homem foi, lavou-se e voltou enxergando. Seus vizinhos e outros que o conheciam como mendigo começaram a perguntar: “Não é este o homem que costumava ficar sentado pedindo esmolas?”. Alguns diziam que sim, e outros diziam: “Não, apenas se parece com ele”. O mendigo, porém, insistia: “Sim, sou eu mesmo!”. “Quem curou você?”, perguntaram eles. “O que aconteceu?” Ele respondeu: “O homem chamado Jesus misturou terra com saliva, colocou-a em meus olhos e disse: ‘Vá lavar-se no tanque de Siloé’. Eu fui e me lavei, e agora posso ver!”. “Onde está esse homem?”, perguntaram. “Não sei”, respondeu ele” (Jo 9.1-12). Esse texto é maravilhoso.

Espero que seja a feita a leitura de todo o capítulo para compreendermos todas as implicações desse texto. De maneira prática, vejamos algumas lições que encontramos nesse capítulo:

A primeira lição que o texto apresenta é que tragédias não significam castigo divino ou que a pessoa esteja em pecado. Havia naqueles dias a ideia de que o pecado traria consequências danosas e que o castigo de Deus seria cruel. Nascer cego era a pior coisa que poderia acontecer, pois tal pessoa não teria o privilégio de ler as Escrituras. Jesus caminhava com os discípulos e eles, carregando seus conceitos, questionam quem pecou? Para eles, aquele homem estava sofrendo em consequência de pecados seus ou dos pais. Logo, por causa desses pecados, ele sofria e merecia sofrer. Observe amigo leitor que, muitas vezes, nós também temos o mesmo pensamento dos discípulos.

A segunda lição que o texto nos ensina é que milagres existem para manifestar a glória de Deus. Os discípulos, ao olharem para um homem cego, julgam-no estar sofrendo e sendo castigado por Deus. Jesus olha para o mesmo homem e diz que a glória de Deus irá se manifestar na vida dele. O Mestre faz com que aquele homem passe a ver, mas não esqueçamos que Jesus não era milagreiro. Seus milagres foram, exclusivamente, para manifestar a glória de Deus e milagres existem e acontecem tão somente por isso, nunca para exaltação de quem quer que seja.

A terceira lição que o texto ensina é que precisamos testemunhar o que aconteceu em nossa vida. Após ser curado, aquele homem foi questionado sobre como é que ele passou a enxergar, ao passo que a todos e ele afirmava que Jesus o curou. Para tal afirmação, ele foi levado perante os fariseus e ali, novamente, repetiu a sua história. Ele não titubeou, testemunhou e confrontou os seus questionadores, os homens doutos da lei, que não foram capazes de lidar com os argumentos dele e o expulsaram (Jo 9.13-34). Ele, em momento nenhum deixou de testemunhar o milagre em sua vida.

A quarta lição que encontramos nesse capítulo é que não basta testemunhar sobre a bênção recebida é preciso adorar o abençoador (Jo 9.35-38). O homem, ao encontra-se com Jesus e o Mestre se revela a ele e mediante a tal revelação ele assume sua fé em Jesus e o adora. Sendo assim, o Deus das bênçãos é melhor que todas as bênçãos. Contudo, é essencial crer e adorar o abençoador.

A quinta lição é que religiosos preferem ficar agarrados às suas tradições do que aceitar a graça de Deus. Alguns fariseus estavam perto, ouviram o diálogo de Jesus com o homem e disseram ao Mestre: “Você está dizendo que nós somos cegos?”. (Jo 9.40). Mediante tal pergunta o Senhor respondeu: “Se vocês fossem cegos, não seriam culpados”, respondeu Jesus. “Mas a culpa de vocês permanece, pois afirmam que podem ver”. (Jo 9.41). A religião tem a capacidade de cegar. Ficar agarrado às tradições e conceitos meramente humanos conduz o ser humano à perdição. Aqui cabe o dito popular: “O pior cedo é aquele que não quer ver”.


Teus olhos já foram abertos?


#Jesus #ensinamentos

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