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Passe o bastão


O maior desafio que existe para quem for exercer liderança é saber o momento exato de sair de cena. Ou seja, é preciso perceber o momento exato de entregar o bastão para que outros possam dar continuidade ao trabalho realizado. É nesse sentido que devemos refletir sobre Neemias, um homem com uma capacidade extraordinária. Ele, antes de começar sua tarefa, estabeleceu os alvos a serem atingidos, com objetivos realistas e bem definidos. Neemias teve a capacidade de motivar as pessoas e convocou-as para a construção do muro de Jerusalém. Ele avaliou o progresso do que foi feito e, depois de concluído esse objetivo, sabia o que vinha a seguir, isso porque já tinha tudo planejado. É bom ler o que diz a narrativa de Neemias:


Depois que o muro foi terminado e que eu havia colocado as portas em seus lugares, foram nomeados os guardas das portas, os cantores e os levitas. Entreguei a responsabilidade de governar Jerusalém a meu irmão Hanani e a Hananias, comandante da fortaleza, pois era um homem fiel que temia a Deus mais do que a maioria dos homens. Eu lhes disse: Não deixem as portas abertas durante a parte mais quente do dia. Mesmo quando os guardas das portas estiverem de serviço, deverão fechá-las e trancá-las. Nomeiem moradores de Jerusalém para montar guarda, todos em turnos regulares. Alguns ficarão em postos de sentinela, e outros, em frente de suas casas. Nesse tempo, a cidade era grande e espaçosa, mas a população era pequena e nenhuma das casas havia sido reconstruída. Então meu Deus me deu a ideia de convocar todos os nobres e as autoridades da cidade e todos os cidadãos comuns para registrá-los. Eu havia encontrado o registro genealógico dos primeiros a regressar a Judá. Nele estava escrito: Esta é uma lista dos judeus da província que regressaram do cativeiro. O rei Nabucodonosor os havia deportado para a Babilônia, mas eles voltaram para Jerusalém e Judá, cada um para sua cidade de origem. Seus líderes eram Zorobabel, Jesua, Neemias, Seraías, Reelaías, Naamani, Mardoqueu, Bilsã, Mispar, Bigvai, Reum e Baaná. Este é o número de homens de Israel que regressaram do exílio: da família de Parós, 2.172; da família de Sefatias, 372; da família de Ará, 652; da família de Paate-Moabe (descendentes de Jesua e de Joabe), 2.818; da família de Elão, 1.254; da família de Zatu, 845; da família de Zacai, 760; da família de Bani, 648; da família de Bebai, 628; da família de Azgade, 2.322; da família de Adonicam, 667; da família de Bigvai, 2.067; da família de Adim, 655; da família de Ater (descendentes de Ezequias), 98; da família de Hassum, 328; da família de Bezai, 324; da família de Jora, 112; da família de Gibar, 95; do povo de Belém e Netofa, 188; do povo de Anatote, 128; do povo de Bete-Azmavete, 42; do povo de Quiriate-Jearim, Quefira e Beerote, 743; do povo de Ramá e Geba, 621; do povo de Micmás, 122; do povo de Betel e Ai, 123; do povo de Nebo Ocidental, 52; dos cidadãos de Elão Ocidental, 1.254; os cidadãos de Harim, 320; os cidadãos de Jericó, 345; os cidadãos de Lode, Hadide e Ono, 721; os cidadãos de Senaá, 3.930. Estes são os sacerdotes que regressaram do exílio: da família de Jedaías (da linhagem de Jesua), 973; da família de Imer, 1.052; da família de Pasur, 1.247; da família de Harim, 1.017. Estes são os levitas que regressaram do exílio: das famílias de Jesua e Cadmiel (descendentes de Hodavias), 74; os cantores da família de Asafe, 148; os guardas das portas das famílias de Salum, Ater, Talmom, Acube, Hatita e Sobai, 138. Os descendentes destes servidores do templo regressaram do exílio: Zia, Hasufa, Tabaote, Queros, Sia, Padom, Lebana, Hagaba, Salmai, Hanã, Gidel, Gaar, Reaías, Rezim, Necoda, Gazão, Uzá, Paseia, Besai, Meunim, Nefusim, Baquebuque, Hacufa, Harur, Baslute, Meída, Harsa, Barcos, Sísera, Tamá, Nesias e Hatifa. Os descendentes destes servos do rei Salomão regressaram do exílio: Sotai, Soferete, Peruda, Jaala, Darcom, Gidel, Sefatias, Hatil, Poquerete-Hazebaim e Ami. Ao todo, os servidores do templo e os descendentes dos servos de Salomão eram 392. Nessa ocasião, outro grupo regressou das cidades de Tel-Melá, Tel-Harsa, Querube, Adã e Imer. Contudo, não puderam comprovar que eles ou suas famílias eram descendentes de Israel. Estavam nesse grupo as famílias de Delaías, Tobias e Necoda, 642 pessoas ao todo. Também regressaram as famílias de três sacerdotes: Habaías, Hacoz e Barzilai. (Esse Barzilai havia se casado com uma mulher descendente de Barzilai, de Gileade, e assumido o nome da família dela.) Procuraram seus nomes nos registros genealógicos, mas não os encontraram, por isso não se qualificaram para servir como sacerdotes. O governador ordenou que não comessem das porções dos sacrifícios separadas para os sacerdotes até que um sacerdote consultasse o Senhor a esse respeito usando o Urim e o Tumim. Portanto, os que regressaram para Judá foram 42.360, além dos 7.337 servos e servas e dos 245 cantores e cantoras. Levaram consigo 736 cavalos, 245 mulas, 435 camelos e 6.720 jumentos. Alguns dos chefes das famílias fizeram donativos para a obra. O governador deu à tesouraria o total de 8,6 quilos de ouro, 50 bacias de ouro e 530 vestes para os sacerdotes. Os outros líderes deram à tesouraria o total de 172 quilos de ouro e 1.320 quilos de prata. O restante do povo deu 172 quilos de ouro, 1.200 quilos de prata e 67 vestes para os sacerdotes. Assim, os sacerdotes, os levitas, os guardas das portas, os cantores, os servidores do templo e alguns do povo se estabeleceram perto de Jerusalém. O restante do povo regressou às suas cidades em todo o Israel (Ne 7.1-73). 

Refletindo esse texto, percebemos que Neemias tinha tudo planejado e mostra-nos que precisamos saber onde desejamos chegar e o que fazer para atingir a meta. Ele não teve medo de planejar, projetar as coisas e executá-las. Sendo assim, o que esse grande líder nos ensina no sentido de concretizarmos o nosso sonho?


A primeira coisa que o texto ensina é que precisamos ter coragem para delegar autoridade a outras pessoas. Neemias reconheceu que não era possível realizar a obra sozinho. Entendamos que precisamos preparar pessoas para assumir o nosso lugar. Portanto, devemos ter o cuidado de preparar pessoas que possam dar continuidade ao nosso projeto. Neemias deu tempo às pessoas que o acompanhavam, manteve-as sempre ao seu lado e preparou-as para exercer a liderança no tempo devido. Portanto, é prioritário que os líderes gastem-se, não em construir uma grande obra, mas em preparar sucessores que farão uma grande obra. Formar sucessores é o investimento de uma vida.


Neemias não teve medo e passou o bastão. Ele reconheceu que é de suma importância contar com a ajuda de outras pessoas. Portanto, é fundamental ser presente, estar junto aos que irão receber o bastão. Neemias escolheu homens tementes a Deus e de sua completa confiança e teve o cuidado de dizer-lhes o que deveria ser feito.


A segunda lição que aprendemos é que devemos fazer um levantamento sério para conhecer os que cooperam conosco. Neemias fez um levantamento genealógico, estudou a história do povo e nos mostra que o crescimento não é de fora para dentro, mas de dentro para fora, além da necessidade de buscarmos aqueles que se afastaram. Esse texto mostra a importância de um registro, pois ele indica quem são os que podemos contar. Neemias conhecia alguns, chamou-os e solicitou ajuda desses, reconhecendo que não podia fazer tudo sozinho. Ele ensina que é necessário envolvimento de todos e, ao ir buscar o rol dos membros de Israel nos ensina que saberemos quem faz parte da nossa história e com quem poderemos contar.


Por último, o texto mostra que devemos ser um exemplo para os demais. O capítulo sete termina com a oferta das pessoas. Algo que deve nos chamar a atenção é o fato da contribuição começar de cima para baixo, ou seja, os que têm mais devem dar o exemplo para aqueles que têm menos. Quando leio o final desse capítulo, percebo que é nos momentos de crise que há maior generosidade e contribuição. Não apenas isso, é também nos momentos de crise que há maior união e nos percebemos todos iguais.

Neemias confiava nas pessoas e por isso teve a coragem de delegar funções. Ele procurou saber com quem poderia contar e tornou-se um exemplo para os demais. E nós como temos agido?

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