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Pertença



O cristão é um ser em peregrinação, isto é, uma pessoa que está caminhando para sua verdadeira casa. Portanto, ser cristão é pertencer a Cristo e, é ser Igreja de Cristo. Contudo, a Igreja deixou de ser as pessoas e tornou-se uma instituição, que se tornou mais uma religião e, como tal, foi se enclausurando em seus conceitos, regras e preconceitos. É como afirma Halík “A igreja tornou-se, antes, um novo grupo particular entre outros; começou a guardar suas fronteiras e transformar a sua fé numa «herança dos pais», numa propriedade herdada”. É fundamental repensar o cristianismo e olhar para a Escritura, para ver o que significa ser cristão. O apóstolo João, explica-nos muito bem essa realidade. Sendo assim, vejamos o seu relato:


Filhinhos, chegou a hora final. Vocês ouviram que o anticristo está por vir, e muitos anticristos já apareceram. Por isso sabemos que chegou a hora final. Eles saíram de nosso meio, mas, na verdade, nunca foram dos nossos; do contrário, teriam permanecido conosco. Quando saíram, mostraram que não eram dos nossos. Mas vocês não são assim, pois o Santo lhes deu sua unção, e todos vocês conhecem a verdade. Não lhes escrevo porque não conhecem a verdade, mas porque a conhecem e sabem que a verdade não produz mentira alguma. E quem é mentiroso? Aquele que afirma que Jesus não é o Cristo. Quem nega o Pai e o Filho é o anticristo. Aquele que nega o Filho também não tem o Pai. Quem reconhece o Filho tem também o Pai. Portanto, cuidem para que permaneça em vocês o que lhes foi ensinado desde o começo. Se o fizerem, permanecerão em comunhão com o Filho e com o Pai. E, nessa comunhão, desfrutamos a vida eterna que ele nos prometeu. Escrevo estas coisas para adverti-los sobre os que desejam enganá-los. Vocês, porém, receberam dele a unção, e ela permanece em vocês, de modo que não precisam que alguém lhes ensine a verdade. Pois o que a unção lhes ensina é verdade, e não mentira, e é tudo que precisam saber. Portanto, como lhes ensinou a unção, permaneçam nele (1 Jo 2.18-27).

Quais são as lições que aprendemos com esse texto?


A primeira lição que o texto apresenta, é que aquele que pertence ao Senhor conhece a verdade. Quem conhece Cristo, aquele que teve um encontro pessoal com o Senhor Jesus sabe quem Ele é e o reconhece como a Verdade e vive fundamentado n’Ele e por Ele. Entretanto, todo aquele que se aferra a um conceito religioso, a uma tradição e uma herança herdada dos pais, acaba por deixar a caminhada e fá-lo justamente por não ser Igreja.


A segunda lição que o texto ensina, é que aquele que pertence ao Senhor não tem vergonha de confessar Jesus publicamente. É como afirmou George Augustin: “A Igreja surge e vive da missão do Filho através do Pai. A vocação cristã é essencialmente uma transmissão: qualquer cristão é convocado a participar na missão de Jesus Cristo e enviado ao mundo para transpor as fronteiras que o separam dos seus semelhantes e testemunhar-lhes e anunciar-lhes a Boa-Nova, respeitando sempre a sua alteridade. Ser cristão é assumir a vivência do convite para seguir Jesus Cristo e aceitá-lo como Senhor e Deus da vida”.


A terceira lição que o texto ensina, é que os que pertencem ao Senhor obedecem à Palavra de Deus e não se deixam enganar pelos falsos mestres. Para que a pessoa possa obedecer a Palavra, ele deve conhecê-la, até porque, como afirmou Eugene Peterson: “As Escrituras constituem o texto primordial da espiritualidade cristã. A espiritualidade cristã, como um todo, está arraigada no texto bíblico e é moldada por ele”. Sendo assim, é essencial para aquele que pertence ao Senhor conhecer as Escrituras.


O cristão é aquele que se submete ao que o Senhor revelou. Portanto, o desafio que temos pela frente é o de demonstrar que obedecemos a Palavra que habita em nós e, assim, permitir que o Senhor seja visto em nossas vidas e que permanecemos n’Ele e que para Ele vivemos.

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