Reciprocidade

Há pessoas que nos cativam e conquistam sem ter que fazer muito esforço e como gosto de meter conversa com todo mundo, sou surpreendido por pessoas simplesmente magníficas, que transpiram generosidade por todos os poros. Uma dessas pessoas é uma senhora que trabalha no supermercado aqui perto de casa e ela, está sempre com um sorriso no rosto.
Gosto de ir para o caixa onde ela se encontra, pois sempre nos cumprimenta, dá-nos um grande sorriso e quando terminamos se despede com a maior das cordialidades e sempre fica aguardando o nosso retorno. Deixei de ir a outros supermercados, não porque este seja melhor, mas por causa da forma humanizada com que somos tratados. Ali não é algo mecânico e não sou mais um cliente, sou uma pessoa que é notada e mesmo que não leve muita coisa, sou valorizado e sempre trato-a com cordialidade. Portanto, o tempo que ela leva passando as coisas pela máquina vamos conversando, falando de coisas triviais e também sobre a vida e tudo o que tem acontecido. Mais que uma simples compra para casa, há um encontro e uma curta e boa conversa, que acontece de forma amistosa e é cheia de reciprocidade.
Essa senhora, de sorriso fácil e cativante, recebe dos clientes atenção e sorrisos e refletindo na atitude dela e das pessoas que por ela são atendidas e pude perceber quão real é a Escritura, pois nela se concretiza o texto que declara: “porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7). Ela com seu jeito dócil semeia em cada cliente a gratidão e por isso, recebe sorrisos de volta e o nosso regresso.
Não sei se a empresa que ela trabalha oferece algum curso de relacionamento pessoal, mas vejo uma senhora que se relaciona e atender a todas as pessoas com cordialidade e mesmo enfrentando os seus dilemas tem sempre um sorriso para nos oferecer e é por esse motivo, que regresso, pois gosto de ser tratado educadamente. Nela se torna real o que Jesus disse: “Portanto, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas” (Mt 7.12). Não sei se essa senhora tem noção do que dizem as Escrituras, mas sei que as Escrituras se manifestam nela e o seu viver espalha-o de maneira maravilhosa.
Sei que ninguém pode oferecer o que não tem, mas também sei que fomos feitos para a bondade (Ef 2.10) e na linguagem de Ana Cláudia Quintana Arantes “a essência do ser humano é a amorosidade” e se assim é, essa senhora de sorriso fácil ensina-nos a ser o que devemos ser, humanos cheios de amorosidade e com ela tenho aprendido que preciso fazer aos outros o que desejo que façam comigo. Sendo assim, desisto a cada novo dia de pagar o mal com o mal e procuro realizar o que a Escritura diz: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12.21). Portanto, continuarei a fazer o bem, pois essa é a minha essência e foi para isso que fui criado.