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Reconciliação



O pior inimigo do ser humano é o próprio ser humano. Contudo, é preciso saber que não é o outro, que é o seu principal algoz, mas o próprio. O profeta Jeremias já dizia: “Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do Senhor!” (Jr 17.5). O pior que pode existir é a autossuficiência, pensar que se basta e mais ainda, viver preso ao passado.


Hoje li a entrevista do jornalista Marcelo Migliaccio, filho do falecido ator Flávio Migliaccio, que se suicidou aos 85 anos. Pude ver a dor de um filho, mas acima de tudo, percebi que aquele homem que marcou minha adolescência com seus papéis foi um homem que ficou preso e enclausurado no seu passado. A pior prisão que existe é a existencial, pois nos deixamos presos às circunstâncias e não nos permitimos viver vidas plenas. O pior que pode nos acontecer, é ficarmos nos culpabilizando pelo que aconteceu. É essencial que nos perdoemos para continuar vivendo. Contudo, precisamos compreender que: “Perdoar é sofrer – pelo que aconteceu e abdicar da necessidade de um passado diferente; aceitar a vida como foi e como é.” Flávio sofreu muito e pelo que li no relato de seu filho, as feridas nunca foram tratadas. Ele nunca se deu a oportunidade de se perdoar e como ele, muitos de nós vivemos presos aos nossos traumas, as nossas violações e por isso, deixamos de ter vidas plenas.


É fundamental perdoarmo-nos. É essencial perceber que somos os nossos piores algozes. Também devemos entender que: “Para nos curarmos, abraçamos as trevas. Atravessamos a sombra do vale, a caminho da luz.” Queremos percorrer a trilha da cura?

Pelo que li da reportagem, Flávio ficou preso ao passado e não se perdoou. Mas como diz Edith Eger: “Nunca poderei alterar o passado, mas há uma vida que posso salvar: a minha; a que estou a viver agora mesmo, neste momento precioso.” Contudo, para que isto possa acontecer, é fundamental enfrentar os nossos fantasmas e nos libertarmos deles.


A nossa realidade existencial é feita de bons e maus momentos. Infelizmente, as tragédias acontecem, mas elas não determinam quem nós somos. Devemos entender que os acontecimentos fazem parte da nossa vida, mas precisamos nos perdoar. Devemos nos reconciliar conosco mesmo, para poder continuar vivendo. Muito mais do que perdoar aos outros, é fundamental perdoar a si próprio. O apóstolo Paulo escreveu: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.” (Rm 8.1). Preste atenção, se Deus não te condena, se o Soberano te perdoou, pare de ficar culpabilizando-se. Não se condene. Perdoe-se, reconcilie-se consigo mesmo e viva feliz.


Os traumas do passado podem nos manter aprisionados e nos matar. A nossa autossuficiência conduz-nos à perdição. Precisamos ter uma visão correta de nós próprios e acima de tudo, precisamos nos perdoar e reconciliar-nos conosco mesmo.


#quarentena #confinamento #perdoar #reconciliar #amor

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