Sem sentido

O psiquiatra e sobrevivente dos campos de concentração Viktor Frankl, pai da logoterapia, falava sempre sobre o sentido de vida e mm dos seus livros mais apreciados é “O homem em busca de sentido”. Partindo do título do livro, podemos afirmar que há muita gente que vive sem sentido e que a vida não lhes parece dizer nada. Na Escritura existe um livro em que o seu autor busca descobrir qual o melhor bem da vida ou qual o seu sentido. No livro de Eclesiastes fica claro que vale a pena servir a Deus nesta vida. As recompensas do alto vêm no presente, como no futuro. O autor de Eclesiastes procura o sentido da vida. É interessante porque ele afirma que não há nada de novo debaixo do sol. Vamos refletir no que ele nos diz
“Estas são as palavras do Mestre, filho de Davi, que reinou em Jerusalém. “Nada faz sentido”, diz o Mestre. “Nada faz o menor sentido.” O que as pessoas ganham com todo o seu árduo trabalho debaixo do sol? Gerações vêm e gerações vão, mas a terra permanece a mesma. O sol nasce, o sol se põe e, logo, retorna a seu lugar para nascer outra vez. O vento sopra para o sul, depois para o norte; dá voltas e mais voltas, soprando em círculos. Os rios correm para o mar, mas ele nunca se enche; a água retorna aos rios e corre novamente para o mar. Tudo é tão cansativo que não há como descrever. Não importa quanto vemos, nunca ficamos satisfeitos; não importa quanto ouvimos, nunca nos contentamos. A história simplesmente se repete. O que foi feito antes será feito outra vez. Nada debaixo do sol é realmente novo. De vez em quando, alguém diz: “Isto é novidade!”. O fato, porém, é que nada é realmente novo. Não nos lembramos do que aconteceu no passado, e as gerações futuras tampouco se lembrarão do que fazemos hoje” (Ec 1.1-11).
Entretanto, devemos responder a seguinte pergunta: O que significa viver uma vida sem sentido, sem significado?
A primeira coisa que aprendemos é que a vida não faz sentido quando se vive focado no futuro. Há pessoas que investem as suas vidas para amealhar e garantir o futuro, que não sabem se o mesmo vai chegar. O que não percebem é que a vida é breve, apenas um sopro. Sendo assim, é fundamental investir de modo correto. A vida é para ser vivida hoje. Os relacionamentos são para serem desfrutados no presente.
A segunda lição que o texto ensina é que a vida perde o sentido quando se torna pura rotina. Há gente que vive a máxima da canção Cotidiano, de Chico Buarque. Ou seja, há pessoas que caem numa rotina e não se permitem que nada de novo aconteça, simplesmente não se reinventam e não saem da rotina. Contudo, essa rotina nos esvazia e faz com que deixemos ser aquilo que devemos ser e precisamos compreender que viver a vida numa perspectiva apenas rotineira, como se não houvesse nada mais além, não permitirá que haja louvor e adoração. A vida será seca e vazia, se ela não for para louvar a Deus, o que a tornará pura rotina.
Por último, a vida não faz sentido quando vivemos agarrados ao passado. O autor fala do cansaço de alguém que viveu e olhava para a vida como um fardo. Para que todo esse esforço? Para que toda esta luta se amanhã tudo isto cairá no esquecimento?
A vida só fará sentido quando adorarmos a Deus, pois sem Deus a vida é vazia e a História fica sem sentido. Vive-se para si e por si uma vida antropocêntrica em que o homem é senhor absoluto de si e como consequência deste endeusamento, resta o caos e a solidão. Sendo assim, em vez de viver sem sentido, que Deus seja o sentido de nossa existência!