Tempos difíceis

Tempos difíceis! Vivemos tempos angustiantes que se manifestam em todas as áreas da vida e, apesar de todo o avanço científico-tecnológico, vemos que um pequeno vírus tem a capacidade de parar o mundo e de desestabilizar a economia mundial.
Há um regresso às guerras religiosas, mas agora, as cruzadas são bem diferentes. A verdade é que, quando olhamos tudo à nossa volta, parece-nos que reina o caos. Os líderes religiosos desentendem-se e outros tantos são criadores de polêmicas e escândalos.
O mundo ficou perplexo com o atentado que aconteceu na cidade de Nice, onde três pessoas morreram e várias ficaram feridas. Diante do atentado, o presidente Macron declarou: “Se somos novamente atacados é por causa dos valores que são nossos: a liberdade, a possibilidade de crermos livremente e de não cedermos a nenhum espírito de terror. Digo-o, de novo, e com enorme clareza: não nos vamos render a nada”. Os ataques que aconteceram chocaram o mundo. É triste ver que utilizam o nome de Deus para atos sangrentos como este. Contudo, também é preciso dizer que é vergonhoso ler que em Belford Roxo, um candidato a vereador, foi preso por ser o dirigente de uma rede de tráfico e tal candidato, é pastor, ou seja, um líder religioso. Nossos dias estão mais confusos uma vez que vivemos tempos sombrios.
O apóstolo Paulo, quando escreveu sua segunda carta a Timóteo diz: “Fica sabendo isto: que nos últimos dias haverá tempos difíceis.” (2 Tm 3.1). Paulo diz a Timóteo para ver a vida como ela é e ter uma visão bem realista do mundo. “Se realmente cremos que estes são “tempos selvagens… excessivamente violentos”, não ficaremos chocados por qualquer evento ou manchete de jornal. Ele pode nos afligir ou envergonhar, mas nunca deveria nos surpreender, pois Deus nos adverte que nos últimos dias haverá horas difíceis de enfrentar, sombrias e marcadas pela violência.” Esse é o nosso tempo e assim caminha a humanidade.
Atualmente, observamos o aumento da violência, bem como o da reincidência daqueles que já cometeram algum crime. Normaliza-se o que não é aceitável, exemplo é o relatório da DGS (Direção Geral da Saúde) que demonstra que em 2018 em Portugal foram registados 14928 abortos e desses, 95% foi por vontade própria. Somente 5% enquadram-se na questão de saúde da mulher, má formação do feto, crime sexual. Não sabemos quantas destas mulheres estão repetindo o ato e aqui é preciso dizer que aborto não é um método contracetivo. Nesse momento de pandemia, vemos crescer o índice de violência familiar. “Em tempos excessivamente violentos, haverá maior ausência de culpa, mais forte racionalização e menos ênfase em castigo dos malfeitores.”
Quando paramos e vemos o avanço da maldade, quando percebemos que os maus prosperam, podemos vacilar, vamos ficando embrutecidos e até ficamos próximos de perder a fé. Isto aconteceu com Asafe (Sl 73.1-28), mas ele voltou-se para Deus e percebeu que o Senhor é o melhor bem que há. Como Asafe, também enfrento crises e há momentos que parece que irei vacilar, mas volto para o Senhor e aí, canto junto com Asafe: “Quanto a mim, bom é estar junto a Deus; no Senhor Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os seus feitos.” (Sl 7.28). E tu, vais cantar conosco?