Tenho Sede!

O Senhor Jesus está sofrendo na cruz e chegando aos momentos finais de sua vida. Ali o Homem-Deus, mostra toda a sua humanidade e naquele momento angustiante o Mestre disse: “Tenho sede” (Jo 19.28) e, essa declaração demonstra todo o seu desgaste. Aquele que disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei” (Mt 11.28), é o mesmo que aceita morrer na cruz para que possamos ter paz, pois Ele afirmou: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou” (Jo 14.27). Entretanto, foi neste momento que Deus fez convergir todas as coisas para Jesus (Ef 1.10).
Nessa declaração podemos ver todo o cansaço, o desgaste de Jesus por estar pendurado na cruz por amor da humanidade. O Mestre estava consciente, que as profecias estavam sendo cumpridas na sua vida. Porém, o quê significa esta declaração?
Jesus está morrendo. O Deus feito Homem tem sede e pede água e lhe ofereceram vinagre. Entretanto, não devemos pensar que esta frase saiu dos lábios de Jesus somente por causa de uma dor intensa e de um sofrimento sem fim. Nesta declaração está se cumprindo a profecia do salmo 69.21: “Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre”. As profecias cumprem-se na sua vida a cada momento. O Homem-Deus, que nasceu milagrosamente, que teve o seu nascimento sendo anunciado pelos profetas não podia morrer de outra maneira. Quem viveu profeticamente, também morre profeticamente. Jesus é obediente até a morte e morte de cruz. Não fugiu, antes aceitou sofrer por amor de nós e derramou o seu sangue para que através dele pudéssemos ser perdoados.
Jesus não desistiu da humanidade. Na realidade a sede de Jesus pode ser analisada de uma forma paralela por nós, pois não só cumpre uma profecia, como também mostra a sede que ele tinha de salvar e alcançar a cada um de nós. A sua declaração continha um paradoxo enorme. O Deus que oferece a água da vida é encontrado pedindo água. Nós encontramos este facto pelo menos duas vezes dentro da Bíblia. A primeira é em João 4.7: “Nisto veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber” e, a segunda é justamente a declaração feita na cruz: “Tenho sede!”. O Deus que nos convida a beber da água da vida, chama-nos para bebermos de Si próprio. Jesus nos faz o seguinte convite: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba”. O Deus que pede por água na cruz é o mesmo Deus que oferece a sua vida para saciar a sede espiritual da humanidade.
Jesus estava desidratado, sedento e pediu por água. Na sua sede, ele queria que nós bebêssemos da sua água. Ele orou por nós, pedindo ao Pai que perdoasse os nossos pecados e para que o Pai nos guardar-se de todo o mal. Quando Ele instituiu a ceia, orou pelos apóstolos, pela igreja nascente e por nós. Ele disse: “E rogo não somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim” (João 17.20). A sua sede maior é ver-nos aceitando-o como Senhor e Salvador de nossas vidas.
Tenho sede! Mostra-nos um homem que sofre, consicente que suas forças estão chegando ao fim, mas assim mesmo, não entra em desespero, pelo contrário, Ele canta a vitória. Jesus tem sede, mas sua sede é de conquistar-nos para Si mesmo.
Jesus está na cruz e ali Ele tornou-se um maldito, pois a Escritura diz “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Gl 3.13). Na sua morte, ele teve sede de nos libertar da maldição. Ele se fez maldição por nós para que pudéssemos ser felizes para recebermos a salvação de Deus.
As profecias se cumpriram em Jesus, para que descobríssemos a verdade e por ela fôssemos libertos. A única verdade que precisamos descobrir é a afirmação do Senhor Jesus que diz: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. (...) E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” (João 14.6; 8.32). Jesus clamou por água, mas muito mais do que isso, clamou cumprindo as profecias, mostrando-nos que Ele é a verdade e que somente Ele pode nos libertar.
Aquele que disse: Tenho sede, convida-te a beber da água da vida.