Tire a máscara

A nova ordem mundial exige que usemos máscaras para nossa própria proteção e protegermos os demais. A pandemia está longe de ter terminado e devemos tomar todas as precauções possíveis para evitar que venhamos a contrair o Covid-19. O momento obriga-nos o uso de máscara, mas no teatro da vida, o uso de máscara é tão comum que ao utilizarmos para esconder o nosso verdadeiro eu. Portanto, não há como negar, faz tempo que andamos mascarados e de certa maneira, representamos um papel e por isso, muitos já nem sabem quem são.
O hedonismo, a busca pelo prazer nos faz fantasiar. Queremos desfrutar de tudo e ter tudo, sem perder tempo. Patrick M. Marley afirmou: “O desejo de gratificação instantânea, contudo, tomou lugar da espera pelo tempo que podemos pagar em dinheiro por aquilo que queremos. Hoje os homens são consumidos pelo desejo de comprar coisas de que não precisam, com dinheiro que não têm, para impressionar pessoas de que não gostam.” Mascarados, fingimos ser o que não somos e assim vamos representando no palco da vida. É notável ver que o Senhor Jesus, nos seus dias olhou para os que chegavam diante dele representando um papel, sem autenticidade e sem pejo utilizou o termo correto. Diante dos mascarados dos seus dias, o Senhor chamou-os de hipócritas, mas como é que Jesus nos chamaria hoje?
O que precisamos fazer para tirar a nossa máscara?
A Escritura diz: “Examine-se o homem a si mesmo” (1 Co 11.28). A primeira coisa que precisamos fazer é uma autoavaliação. Começamos mergulhando em nosso ser, numa viagem interior, para ver que tipos de máscaras utilizamos e depois, devemos nos arrepender por não sermos honestos e transparentes e portanto, voltar à realidade. Gosto de como a Escritura fala sobre esse aspecto, pois ela declara: “Lembra-te pois donde caíste. Arrepende-te e pratica as primeiras obras” (Ap 2.5a). É fundamental voltar ao início. Começar de novo e esse recomeço tem que ser contando com o Senhor ao nosso lado. Aqui faz sentido a canção de Ivan Lins que diz: “Começar de novo e contar comigo”, precisamos contar com o Senhor e devemos entender que ele nos fala através das Escrituras e esta nos desafia a dizer o mesmo que o salmista: “Escondi a tua Palavra no meu coração, para eu não pecar contra Ti.” (Sl 119.11).
Não esteja preocupado com os outros. É fantástico ver que o exame é pessoal. Não devo olhar para os outros e julgá-los. Jesus afirmou: “Não julgueis, para que não sejais julgados.” (Mt 7.1). Viva a sua vida, preocupe-se consigo e deixe a vida dos outros em paz, pois cada um dará conta de si.
Obedeça ao Senhor. Não é a nossa vontade que conta, mas a vontade do Senhor. Sendo assim, devemos nos sujeitar a Ele e permitir que Ele resplandeça através de nós (1 Co 4.6). Obedecer ao Senhor faz com que nos dediquemos a Ele, transformemos a nós próprios e realizemos a sua vontade que é boa, perfeita e agradável (Rm 12.1-2).
Tenho consciência que é muito complicado reconhecer o fato de utilizarmos uma máscara existencial e isso se dá, por não gostarmos de assumir os nossos erros, não querermos ver os nossos próprios defeitos. Somos por demais orgulhosos para tal e eis aqui a nossa pior máscara, o orgulho que muitas vezes se veste de uma pseudo-humildade, mas como afirmou C. S. Lewis: “(…) é o grande pecado. Habita em nós, no mais profundo do nosso ser. Mas, se tivermos coragem, podemos tirá-lo e ficar livres, sem máscara.”
Tire a máscara e diga como o apóstolo Paulo: “Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (1 Co 3.18).
Eu vou tirar a minha máscara, pois desejo viver livre. E tu, vais tirar a tua?