Vale a pena viver num mundo injusto?

A vida é injusta, foi o tema dado para a série norte-americana Malcolm in the Middle, que trata das lutas de Malcolm, um pré-adolescente com QI elevado, integrante de uma família disfuncional. Toda a série gira em torno dessa família e dos problemas que Malcolm enfrenta. A realidade é que como Malcolm, todos nós enfrentamos lutas, passamos por tensões e em algum momento e achamos que a vida é injusta. O autor de Eclesiastes afirmou que Deus criou tudo perfeito e que toda a boa dádiva vem de Deus. No entanto, o pecado manchou a criação e, por isso, a iniquidade reina no universo. Mas a boa notícia é que, apesar disto, Deus irá manifestar sua justiça e trazer tudo a juízo. O autor do livro de Eclesiastes, homem reflexivo, diz que viu a opressão e as lágrimas dos que foram oprimidos sem serem consolados. Portanto, o autor do livro afirma que foi testemunha ocular do que estava acontecendo e, por isso, se angustiou e afirmou que não dá para ficar insensível ao que acontece à nossa volta. Ele afirmou que:
“Observei, ainda, toda a opressão que ocorre debaixo do sol. Vi as lágrimas dos oprimidos, e ninguém para consolá-los. Os opressores são poderosos, e suas vítimas, indefesas. Concluí, portanto, que os mortos são mais felizes que os vivos. Mais felizes que todos, porém, são os que ainda não nasceram, pois não viram o mal que se faz debaixo do sol” (Ec 4.1-3).
Quais são as lições que aprendemos com este texto?
A primeira lição que o texto ensina é que a opressão é uma realidade universal. O autor afirma que observou as opressões que se fazem debaixo do sol. Ele abriu os seus olhos para o que acontecia à sua volta, ensinando-nos que por mais dura que seja a vida, precisamos levantar nossos olhos e ter consciência do que esta a acontecer. Ele nos ensina que não podemos ficar encaramujados, fechados em nós mesmos.
Ele afirma que os que sofrem e os que estavam sendo oprimidos choravam. Essas pessoas não faziam de conta que nada estivesse acontecendo. Eles expressavam sua dor e manifestavam o seu sofrimento e choravam porque não há quem os consolasse, pois do lado dos opressores estava o poder e, por isso, os atribulados e os aflitos não tinham consolador, uma vez que se encontravam desamparados e abandonados.
A segunda lição que o texto ensina é que se a opressão e a iniquidade prevalecem, melhor é morrer. O autor afirma que quem já morreu está melhor do que os que vivem e passam por dificuldades. O Pregador afirmou que a vida sem Deus é amarga e não nos apresenta soluções, já que o pensamento natural que se tem é: Se for para viver assim é melhor morrer.
Por último, o texto ensina que se a opressão e a iniquidade prevalecem melhor é nem existir. O autor afirma que não faz sentido viver uma vida de sofrimento. Lembremos que ele está observando a vida dos outros e a sua conclusão foi que se for para viver assim é melhor não existir. Entretanto, apesar de toda a dor do sofrimento, vale a pena viver, até porque quem não vem a existência não tem o privilégio dos relacionamentos.
O pregador disse que saiu da casa, olhou à sua volta atentamente e viu a dor e o sofrimento no mundo e isso o revoltou. Mas ele afirmou que é melhor é estar morto e até mesmo nem nascer, pois não havia quem consolasse os que choravam e os que sofriam. Sendo assim, vale a pena viver num mundo injusto? Nesse sentido, afirmo, vale a pena quando ouvimos à voz de Jesus e aceitamos o convite que Ele nos faz de ir ter com Ele para recebermos alívio. Portanto, mesmo em um mundo de injustiça, a vida vale a pena ser vida quando encontramos o alívio de Cristo Jesus!